sábado, 27 de agosto de 2011

Jogo de perguntas e respostas



Era mais uma noite de sexta comum, que sempre pede uma saída com as amigas, todas estavam solteiras, então fomos ao nosso boteco favorito, que sempre tem música boa pra dançar, chopp gelado e gatinhos a serem vistos.
Então, um cara estilo meio exótico – bem o meu tipinho, por sinal- veio conversar comigo, e acabamos ficando aquela noite. Bom beijo, pegada mais ou menos e um ótimo papo. Minhas amigas deram a nota 7,5 de 10, uma boa média para mais uma noite de sexta comum.
Como só eu tinha faturado, pegamos uma carona com o meu gatinho da noite. Pontos pra ele! A nota subiu 0,5 pela cortesia. Quando chegamos a portaria do prédio, minhas amigas subiram e eu fiquei para dar um boa noite bem dado, clássico.
Ele encostou o carro um pouquinho mais pra frente – minha amiga depois me confessou que supervisionou a ação toda, para assegurar que voltaria bem hehe – e continuamos a ficar, chegado um momento ele me veio com alguns questionamentos, aos que eu respondi respectivamente:
·         Sim
·         Não
·         Respondi rindo
A primeira pergunta começou com uma explicação “Gostei muito de ficar com você, e queria te ver de novo, a gente pode se ver de novo e continuar ficando?”; a segunda, ele não seria homem se não tentasse, né? “A gente pode ir a um motel?” E por último “você quer namorar comigo?”. Óbvio que ri! Óbvio!
No dia seguinte compartilhei com minhas amigas, e elas riram, e riram muito, mas não foi dele, foi de mim! Riram dizendo “Amiga, quem cala consente!”. Como assim, como assim? Segundo consta, estava namorando...
Sábado a noite ele não me ligou, nem mesmo no domingo, porém, segunda-feira lá estava ele me ligando, querendo saber como tinha sido o meu fim de semana e tal, e passou toda a semana me ligando. Como assim, como assim? Achava mesmo que ele acreditou no namoro. Até no outro fim de semana ele me levou na casa de uns amigos, e tomamos café com a mãe do amigo...
Felizmente não! Ele não achava que estava me namorando. Ele só queria me comer mesmo! Mas não conseguiu, tadinho... Já que ele tava com todo esse melado pra cima de mim, me dei ao direito de vestir a personagem de namorada chata: “Onde você vai? Com quem? Que hora volta? A gente não vai se ver hoje?” Ele desistiu rapidinho, rapidinho da idéia de ser meu “namorado”.

L.A 

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Gustavo

Nós já estávamos juntos há 5 meses.Nos conhecemos na academia, eu não sabia dobrar o colchonete para fazer o exercício e ele me ensinou. Foi um mês tirando pesos pesados rsrs das maquinas de musculação para mim até ele me chamar para sair. Depois disso não nos largamos mais. Quando fez cinco meses percebemos que nós nos  curtíamos de verdade e resolvemos deixar o lance mais sério. Então levei ele para conhecer minha família. Meus pais e meu irmão adoraram ele, o que não é muito comum - com relação ao meu irmão- ele nunca foi com a cara dos meus namorados e com o Gustavo no outro fim de semana já estavam indo surfar juntos e falando de mulher.
Depois de algumas semanas ele me levou para conhecer a mãe dele, que é uma fofa! Fez uma janta maravilhosa para me receber, conheci os dois irmãos dele também que são muito legais. 
Como ele é filho de pais separados o pai do Guga foi mais difícil de conhecer. Já fazia uns 7 meses que nós estávamos juntos, dois namorando, quando eu fui conhecer  sogrão.
Eu estava hiper nervosa , mas não queria demostrar para o Guga. Comprei uma garrafa de vinho chileno com a ajuda dos meus amigos para não fazer feio. Chegando lá desço do carro, dou as mãos para o Guga, nós  entramos na casa e dou de cara com quem????
MEU GINECOLOGISTA.
O pai do Gustavo era meu ginecologista. Eu simplesmente quis me enfiar em qualquer buraco que pudesse encontrar por ali. Queria que me abduzissem naquele exato momento. E como de costume ele gostava muito de piadinhas - Quando eu falei que tinha perdido a minha virgindade para ele (na minha primeira consulta com  o futuro sogrão que eu nem imaginava que seria) , ele soltou uma - E agora, como a gente vai encontrar essa louca? .
E então ele logo que me vê diz: Essa ai eu já conheço intimamente (risadas dele, só dele, nesse momento), é minha paciente. 

Moral da história : Mudei de ginecologista , porque meu namorado fofo ainda é o mesmo depois de 6 anos.

Nicki

domingo, 21 de agosto de 2011

Pesquei!

Eu já tinha visto ele algumas vezes na Universidade, mas ele não percebia que eu estava olhando. Aquelas tatuagens e o sorriso dele eram F*&%!
Mas eu nunca encontrava ele nas festas , quando em uma bela noite de inicio de semestre (tranquila) eu sou convencida a ir em uma festa da Universidade. Chegando lá socializo um pouco com os mais chegados , dando uns goles na caipira e... de repetente eu perco o ar! Lá estava ELE.
Pensei " Essa é a minha chance" e passei na frente dele, massss... nada!
Insisti -Vamos lá, mais uma vez e.... NADA!Ele nem via eu passando.
Tomei mais umas caipiras e resolvi que daquela noite não passava, indo na direção dele falo:
- Oi ...( cara de surpresa) Nossaaa! Desculpa eu pensei que fosse um amigo meu! Confundi você com outra pessoa, desculpa mesmo -  e fui  saindo
Ele - Oii, não sou o seu amigo , mas se você quiser eu posso ser!
Eu então dei um sorrisinho meia boca e sai de perto! Pensei , pronto ele me enxergou!
Depois de alguns minutos ele vem na minha direção e solta:
- Oi! Ah desculpa confundi você com uma amiga!
E a gente riu, conversou e ficou! =)

Madame  ironia 



domingo, 14 de agosto de 2011

Abismos ...


Abismos ...

Entre mim e você há abismos irreparáveis;
Trago na memória uma vaga lembrança de teus contornos;
Na ausência percebo-te mais;
É preciso ausência.
Chamo a ausência dos meus pensamentos para te ver;
Só te percebo na ausência.
Todos os meus esforços e caminhos são para tua luz;
Atravesso avenidas, tropeço em paralelepípedos;
Agonizo sob o céu de cetim;
É preciso abismos.
Meus pensamentos correm sem que eu veja seu destino;
Distraio as dores e alegrias;
Giro a roda do Sansara;
Entrego-me no teu repouso.
Entre mim e você há abismos;
Eu pedra bruta;
Você cristal polido;
Eu aqui no mundo, recrio personagens;
Você ‘Eu lá de dentro’.

                                               Flor de Luz

sábado, 6 de agosto de 2011

H.

Eu o chamei como diversas vezes antes. Ele veio, fazendo transbordar em mim um tanto de amor incontável que ainda espera por ele. Enquanto espero brinco com a distração do que é passageiro, porque sei que o que vem dele é o eterno. Não o eterno de dois corpos juntos, mas a memória eterna do que realmente se amou. São quase dois anos sem sentir a pele e sentir o resto, como se fosse tudo o que coubesse dentro de mim.
Ele reclamou não entender, eu compartilhei com ele o que também a mim não é compreensível. Simplesmente sigo, diferente, com ele. Eu temo endeusar o que nele é tão humano e o que em mim é tão ingênuo adorando cada pedacinho dele, é simples assim e por assim ser que torna incompreensível.
É perturbador depois de sentir tanto e todo esse amor se tornar apenas não vivido. Apenas lembrança do que não aconteceu. Outros amores vieram e virão e um deles há de tornar-se para sempre e então ele, que para mim é o entendimento de tudo o que é sentimento, vai ficar na lembrança de um amor que nem mal deu oi já disse adeus.

C.

Maré


Só o mar me compreende. Ele não precisa me dizer. Eu sinto, é como amar. Vejo suas ondas inconstantes. Ele brilha quando meus olhos enchem d’água. Silencia comigo. Balança trazendo a tempestade. Escurece em dias que não tem razão de refletir a luz do sol, porque quando há morte, é mais cabível o dia ser cinzento, é menos doentio. Num dia de vento forte, de leva e traz, de bagunça, ele me acompanha. Ao final do dia tudo se acalma, ele espera a lua e as coisas se alinham tranquilamente. Mas, nesse dia sem sol, castanho, meus olhos estão fundos, a maré baixa, e as águas rolam e escondem minha solidão e do mar.
Mélam

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Morada dos segundos



Oh! tempos dos tempos que causaste em mim um certo abandono;
Quando me abandono e entro no tempo que é meu tempo mais íntimo;
Não divido o tempo;
Que me vem como uma Luz e cega os ponteiros;
Todos inteiros;
Os segundos são os meus prediletos;
Pisco os olhos e sinto sua tênue vida;
Quis morar em seu interior como quem em mergulho profundo ultrapassa as horas;
Abandono que me chega pela brisa;
Suave como um som de flauta que pede certa coragem de quem a escuta;
Coragem de abandono;
Fiz da morada dos segundos a clareza de uma vida;
Vi tão claro que acostumei à despedida;
Nos teus olhos um pulsar de sangue e de veias muito antigas;
Abandonei-me na paz de um laço eterno;
Abandonei-me naquilo que faz de mim o que verdadeiramente sou;
Tenho coragem de abandono;
Sinto um voo que cruza um azul que me corta a alma;
Abandono quase dói;
Fizeste ao tempo inimigo de teus dias;
Esqueceste da morada dos segundos;
Canto de flauta eterna;
Vi um índio a indagar-me com olhos perscrutadores;
Qual a cor da brisa que te trazes?
Fiz-me silente;
Perguntas tenho quando volto;
Respostas jamais ousei;
Ah! tempos dos tempos que jamais ousei falar;
Sela em mim o teu mistério;
Faz-me guardiã dos teus segredos;
Tenho júbilos e paixões pelos teus contos;
Vi nascer uma menina pura como a flor;
Contei-lhe todos os meus pesares;
Recebi um riso imaculado;
Cheiro de alecrim;
E um espelho muito limpo;
Tive horror ao ver a vida se esvair como mentiras;
A tempestade era muito minha;
Até que sentei-me às margens das injúrias dos que não entendem a vida;
Quantas voltas em torno de ti mesmo?
Cai em abandono que era o tempo ao avesso;
Selo sua entrada;
Guardo seus segredos.

                  
                                                                                       Flor de Luz