sábado, 6 de agosto de 2011

Maré


Só o mar me compreende. Ele não precisa me dizer. Eu sinto, é como amar. Vejo suas ondas inconstantes. Ele brilha quando meus olhos enchem d’água. Silencia comigo. Balança trazendo a tempestade. Escurece em dias que não tem razão de refletir a luz do sol, porque quando há morte, é mais cabível o dia ser cinzento, é menos doentio. Num dia de vento forte, de leva e traz, de bagunça, ele me acompanha. Ao final do dia tudo se acalma, ele espera a lua e as coisas se alinham tranquilamente. Mas, nesse dia sem sol, castanho, meus olhos estão fundos, a maré baixa, e as águas rolam e escondem minha solidão e do mar.
Mélam

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