segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Resposta ao Soneto do Amor Maduro



Soneto do Amor Maduro

Tu não terás do meu amor senão a calma
Sem os arroubos e os rompantes juvenis.
E não esperes que eu invada tua alma
Pois meu querer se faz de formas mais sutis

Tu não verás no meu amor açodo e pressa
Antes o lento desbrotar de uma paixão
Que não explode no vazio de uma promessa
Mas pouco a pouco há de inundar teu coração.

Não há de ser o meu amor chama inconstante
Ou labareda que se ergue desvairada
E que em cinzas se transforma num instante.

Mas será sempre enquanto vida me for dada
A flama firme que jamais se faz distante
E espanta o frio da solidão indesejada

Luiz Robin Ohlson
Resposta ao Soneto do Amor Maduro

Mas como pode existir amor sem pressa
Se não está o amor ainda afirmado?
Serenidade na inconstância só interessa
A quem está só levemente apaixonado.

Se diz sentir amor maduro e verdadeiro
E ainda assim sente a calma te frear,
Meu camarada, tu não amas por inteiro
E está mentindo pra si mesmo sem notar.

De nada serve a sua chama tão constante
De nada serve o seu amor não juvenil
Se já não posso nem te ter por um instante.

Nunca pedi que invadisse a minha alma              
Mas não percebe que o tempo é traiçoeiro?
O amor maduro apodrece com essa calma.

Alice

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