quinta-feira, 23 de junho de 2011

Pra gringo ver


   Era mais uma noite de contrabando alcoólico num desses pubs que insistem em botar preços para gringos. É claro que nós levamos nosso próprio Jack Daniel’s nesse maravilhoso cantil metálico, e como boas moças comportadas pedimos apenas refrigerante para beber. Em uma das “idas ao banheiro” para batizar o refri com o nosso destilado sagrado, ainda lembro-me de Brooks ter comentado: “nossa, precisa de tanto zelo? Bota a bebida no copo aqui na pia mesmo, não precisa entrar nos compartimentos do banheiro.” “Todo cuidado é pouco”, respondi. Se você quer fazer merda, faça bem feito. É bom ser um pouco cagona, isso faz com que você tenha mais cuidado, não seja apanhada facilmente e possa continuar fazendo qualquer merda por muito tempo. Infelizmente nem todos os meus estúpidos amigos pensam assim, pois de tanto Nine pedir gelo para tomar um reles refrigerante, me encontro de repente com o gerente me chamando num canto. Gerente me chamando? Está para vir algo muito bom, ou um desastre total. E como estávamos fazendo coisas ilegais, é claro que ocorreu a segunda opção:

- Você vem sempre aqui quando toca MPB, certo?
- Sim
- Olha, é impossível alguém pedir tanto gelo parar tomar refrigerante... por acaso vocês têm uma garrafa de vodka dentro da bolsa?

Vodka? Rebaixou o nosso whisky, hein!

- Não, não tenho.
- Tem certeza?
- Sim
- E na bolsa das suas amigas?

E eis que surgem minhas antas gordas, mas fiéis amigas que não me deixaram passar sozinha por esse interrogatório. A situação era a seguinte: três bêbadas com a prova do crime na bolsa, um copo de whisky na mão, exalando álcool até o suor e teoricamente bebendo apenas refrigerante, negando que estavam contrabandeando bebida.

- Vocês têm bebida na bolsa?
- Não (em uníssono).

O que iríamos falar? Começar a choramingar “siiim, nós temos... desculpa... nunca mais faremos isso...” Essa foi a lição que o mundo nos ensinou? De maneira nenhuma! Não, não e não, negamos até o fim apesar de algumas deixas que ficaram no ar, tais como “nós pedimos muito gelo porque estávamos morrendo de calor” e “ok, a partir de agora não faremos mais isso”. A resposta final foi sempre não. O gerente, surpreso com tamanha cara de pau, obviamente não acreditou, mas foi super gente boa e tudo ficou por isso mesmo. Talvez porque ele saiba que nas quintas-feiras de MPB eu estou sempre lá, como uma fiel cliente; talvez porque ele não saiba que nas quintas-feiras de MPB eu faça contrabando alcoólico; mas nada disso importa agora. A questão é que ficamos marcadas naquela porra e nas quintas-feiras de MPB não me restará mais nada a não ser me conformar em tomar apenas refrigerante com muito, muito gelo.

‘Roll

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Sujeitinho

Há muito tempo penso em escrever as malfadadas trajetórias que meu podre coração dilacerado já teve a infelicidade de sofrer... rs rs rs... dramas a parte, está será minha primeira história, porque sim, eu tenho várias para contar, já que possuo um super DEDO PODRE... rs rs rs.
Depois de muito pensar em qual melhor história iniciaria minhas desilusões amorosas resolvi escolher uma que até agora não defini, confesso. Mas estou a escrever “estas mal traçadas linhas” como já diriam as vozes de Renato Russo e o tremendão, “porque veio a saudade visitar meu coração”. Neste momento paro e penso: qual história posso contar por primeiro, sem que delete minha identidade!?!? Pois se alguma amiga minha ler este blog certamente reconhecerá o infortúnio.
Decidida a história, parto eu para a narrativa. Estava eu me arrumando para ir a um almoço de feriado na casa de uma amiga, quando passa um pensamento (sempre milhares de pensamentos me bombardeiam a todo instante) “Você não vai conhecer ninguém de interessante” (o mais bizarros de todas minhas histórias é que, SEMPRE quando penso algo do tipo, eu conheço alguém interessante). Aprontei-me rapidamente, pois não gosto de chegar atrasada, e fui a casa desta minha amiga. Chegando lá, a porta da casa já estava aberta e minha amiga me esperava com o grande abraço costumeiro. Abraços e beijinhos dados, desvio o olhar dela e meus olhos caem nos olhos mais grandes e ternos que já vi num homem. Pronto, ”Branca de neve sem anões” se apaixonando em 3, 2, 1. Gente, que menino encantador, lindo (bom, só eu acho/achei ele lindo), moreno, sensual, (só faltou o alto, para combinar com a música), era o homem que sempre pedi a Deus, cuspido e escarrado. Pois bem, passada a primeira ÓTIMA impressão do garoto, sou apresentada. Me encanto a cada segundo por ele. O almoço passa, nisso começa uma confraternização maior todo mundo conversando (na realidade não contei, mas tinha diversos rapazes que eu não conhecia). Nesse momento chega um amigo deste “olhos ternos” e pasmem minha gente, eu olho para o “novo sujeito” no recinto  e penso “Nãoooo!!!!! Fica longe de mim, vai dar rolo isso”. Ok!?! Não puxei papo com o “novo sujeito”, melhor não misturar as coisas, afinal “olhos ternos” parecia tão atencioso.
Bem, o dia estava acabando todo mundo foi voltando a seus respectivos lares, eu voltei para o meu tão só quanto fui. Passa um, dois dias, resolvo adicionar “olhos ternos” no Orkut, trocamos mensagens nos adicionamos no MSN. Penso “poxa, está dando certo”, mas aí surge o “ novo sujeito” e me adiciona no Orkut. O “novo sujeito” mostra-se muito interessado, mandando milhares de recados na minha página todo dia, e todos super recados. Não adiantou de nada não ter conversado com ele no almoço, ele tinha me notado. “Novo sujeito” pede meu MSN e eu claro, passo, afinal não posso ser antipática com o amigo do “olhos ternos”. Depois de alguns dias conversando, todas as manhãs, tardes e noites percebo que “novo sujeito” está muito, mas muito afim de mim, tanto que me convida para uma festa que ele estava ajudando a realizar. A princípio disse que não iria a tal da festa,  mas ele fez de tudo, disse que me buscava e levava. OK, ninguém resiste a tanto pedido, e eu começava a ficar em dúvida sobre minha paixão por “olhos ternos” e começava a pensar se estava afim ou não do “novo sujeito”. Fui para a festa sem decidir se estava disposta a ficar com o “novo sujeito”. Ele passa a festa inteira atrás de mim para saber se estava gostando, quando reclamava de algum estilo musical ele logo pedia para o DJ trocar. Muito querido, fato. E “olhos ternos” estava mais interessado em aproveitar a festa do que qualquer garota.
Resolvo ir embora com um grupo de amigos, o “novo sujeito” ficou inconformado com minha partida, pede algumas vezes para eu ficar e acrescenta que se eu mudasse de ideia no meio do caminho ele me buscava. No meio do caminho para minha casa, peço para uma amiga ligar para o “novo sujeito” falando que queria voltar para a festa e se ele podia me buscar (eu sou muito tímida e tenho vergonha em falar com as pessoas no telefone), ela liga e pede. Ele prontamente diz que sim (é neste momento que vocês verão como sou chata), eu penso no trajeto de meia hora que ele tem que fazer para me buscar e ligo novamente dizendo para não o fazer (afinal ele não era nenhum James Bond para me interceptar num veículo em movimento). Chego em casa e me arrependo a segunda vez, e ligo pedindo para ele me buscar, passa mais cinco minutos me arrependo e ligo desmarcando (falei que era chata), mas nesta quarta e última ligação já era tarde. “Novo sujeito” e seu amigo “olhos ternos” já estavam no meu prédio. Eu só penso, putz “olhos ternos” não, mas já era. “Novo sujeito” me leva para a beira do mar, lá conversamos horas, sim horas, porque quem disse que me decidi (piorou minha situação, né?). Ele percebe que estou com frio, então me abraça, começa a dar uns beijinhos carinhosos na testa e finalmente nos beijamos. E gente, que beijo bom. Foi uma noite muito gostosa, de verdade. Pena que naquela época raciocinava demais e como já era tarde pedi para me levar em casa, com a doce ilusão de que ficaria mais vezes com o “novo sujeito”, que nada! Sim, ele continuou conversando todos os dias comigo no MSN, mas ele não queria um relacionamento sério, não que eu quisesse um, mas ele nunca me perguntou e eu tenho a infeliz cara de que “sou menina para namorar”. E para minha tristeza descubro que ele gostou de ficar comigo, mas que não queria correr o risco de se envolver.


Branca de neve sem anões

terça-feira, 21 de junho de 2011

ELE

Não é a acusação infame dos meus dias de mau-humor chutando baldes adoidada. É a mão que se aproxima terna e amigável devagarinho por cima da minha durante o almoço de domingo. Não é o medo de um pesadelo que me faça quase implorar pra me acompanhar até o banheiro escuro para fazer xixi de madrugada. É o aceitar de dividir uma mesma cama no inverno mesmo correndo o risco de ter de deixar o cobertor quentinho para realizar o pequeno ato heróico de me proteger dos espíritos do filme de terror. Não é a impaciência pra esperar minha preguiça dar uma brecha e me dar coragem pra levantar de manhã. É o beijinho de "bom dia" risonho e a pergunta do "quer que eu te faça um café?" mesmo após eu ter acabado com as suas chances de uma futura esposa pró-ativa logo pela manhã. Não são as olheiras diárias por acompanhar comigo meus horários de dormir-tarde-acordar-cedo. É a demonstração irrevogalmente sincera da alegria que é presenciar minha rotina.
Não é o quase acúmulo de mofo por perder um domingo inteiro tomando bebidas quentes deitados por boa parte do tempo com a chuva pendente da semana inteira caindo lá fora. É ganhar o dia todinho por dividir as sobras do jantar inesquecível da noite anterior e transformar a simplicidade em banquete - puramente por acreditar que divisão é matéria de nobreza. Não é o dia terrível que me faz resfriar e ser tomada por uma fonte inesgotável de lenços de papel por todo canto. É você me comprando remédio e fazendo compras para minha casa mesmo no frio do cão que é esta cidade desde os primeiros dias de inverno. Não é o egoísmo de nunca querer sair debaixo da água quentinha do chuveiro. É te ver cuidando do meu resfriado como um pai de primeira viagem, mesmo estando doente também. E aí eu já consigo te ver daqui a uns dez anos cuidando dos nossos filhos com a maior corujice já registrada no mundo. Te vejo embrulhando a menina na toalha depois do banho e fazendo o pão do café da manhã que o menino vai tomar antes da aula. E você ensinando a jogar futebol e a torcer para o Gremio como a glória maior passada de geração em geração. Te vejo desajeitado arrumando o cabelinho cacheado da menina que é o xodózinho do pai. E por toda essa visão do futuro já vale a pena tentar ser cada dia mais para você.
Não é o atraso que nos força a sair correndo para os compromissos. São os tão preciosos cinco minutinhos a mais olhando bem dentro dos seus olhos e não desejando mais nada além disso no mundo. Não é o seu medo de alguma coisa dar errado. É a dedicação em me preparar pequenas surpresas para me conquistar todos os dias como na primeira vez. Não é o susto que eu passo a cada vez que te sinto estranho por um ciúme bobo. É amar a cada vez que eu encontro minha escova de dentes já preparada com a pasta me esperando em cima da pia. E por certas vezes também uma mensagem de pasta de dente no espelhinho do banheiro, que me lembra sempre o quanto é bom te ter na minha vida. Não é o tempo apertado, não são as tarefas domésticas que sufocam o dia. É ver o seu esforço em me ajudar em tudo pra gente poder se curtir sem permitir que o tempo passe quando chegar à noitinha. Não é por causa do vazamento do registro da torneira que me tira a calma. É a sua paciência de encontrar a peça substituta pra deixar tudo perfeito para mim. Não é o café servido no copo ao invés da caneca. É a divisão do vinho que você comprou ao meu gosto para me deixar feliz. Não é a mania de vidrar na frente de um jogo de homens disputando uma bola e um gol. É o costume de olhar pro céu noturno e sempre me falar para lembrar de enxergar a lua bonita que sorri para nós às onze da noite quando o cansaço toma corpo. Não é a teimosia de sair mal agasalhado em dias frios. É o cuidado em me cobrir de noite para que eu não sinta frio. Não é a mania de esquecer a aliança na beirada da janela depois de mexer com água. É a renovação sempre inesperada e linda quase semanal do pedido de namoro de que você tanto gosta. Não é o sono que te faz dormir no sofá. É o companheirismo de, mesmo caindo de sono, esperar meu esmalte secar para ir dormir depois.
É o toque sutil e quentinho das suas mãos, é confiar nas minhas mãos para fazer a sua barba, é a delícia de se deixar descançar com a cabeça deitada enclinada no meu peito depois de um dia inteiro. São as frutas picadinhas de manhã, é a divisão de um mesmo prato, e a risada divertida ao me ver almoçando de colher. É o amor pelos meus amigos, é a acolhida na sua casa, é me dar seus chinelos e ficar sem para eu não andar descalça. É me querer por inteira, mesmo preguiçosa, meio sincera demais e por vezes meio mesquinha também. É o me amar mais do que cabe no seu peito, o me abraçar como se não me visse há uma semana e o gostar do meu cabelo mesmo quando está embolado. É o carinho de segurar minha mão, de correr atrás de mim na rua como se voltássemos à infância e o se esconder atrás da árvore fingindo que já entrou em casa e me deixou para trás. É me carregar nas costas e me pegar no colo quando eu estou ruim. É elogiar a maneira como eu me visto, me acompanhar nas compras e fingir que ainda não cansou de andar pelas lojas até eu cansar também. É fazer café para mim e armar pegadinhas pra meu irmão. É considerar minha família como sua e ficar feliz de me ouvir pedindo no pé do ouvido pra morar comigo. É sentir o coração pular e se emocionar por ler um texto meu. É estar comigo mesmo que fisicamente se torne impossível. É escrever meu nome na janela embaçada só para se ver surpreso quando encontrar as letras outro dia, quando olhe pra ela de bobeira. É ser louco, apaixonado e prometer uma vida doce. É pensar a dois e não deixar que ninguém imponha solidão nisso. É amar a conversa, o formato da boca, os olhos, o rosto, o sorriso, o tamanho das mãos e a cor do esmalte da semana. É me amar infinitamente todos os dias deixando farelos de perdão e compreensão pelo caminho. É ser incrivelmente doce mesmo que a vida lhe imponha o amargo. Só você sabe como ser você, só você mexe fundo dentro de mim. Só você sabe como fazer eu me apaixonar e ter a certeza de desejar um único homem todos os dias da minha vida.




Nalu Souza
(http://nalusza.blogspot.com/)

Quando ele foi embora e levou um pedaço de mim

Bom , eu escrevi esse texto quando alguém de quem eu gostava muito foi embora. Quando ele voltou para sua cidade natal eu fiquei desesperada, senti um vazio enorme dentro de mim, eu não conseguia enxergar que ele já havia ido embora muito tempo antes, ou talvez nunca tivesse permanecido aqui.


Chovia e fazia frio. Era frio dentro dela também, talvez fosse o vazio daqueles últimos dias. Sentia-se sozinha, não que isso a assustasse , não assustava mais. Mas era como fome, queria suprir aquilo. As coisas não andavam bem, mas ela tinha esperança que depois daquela tempestade o sol se abriria de novo. Ele sempre voltava!
Pensava, aliás esse era o pior de seus defeitos, pensava muito e isso atormentava.
Queria não sentir, mas o sentimento sufocava. 
Não tinha para onde ir a não ser para dentro dela. E onde ela estava, se estava perdida?
Mas se perder também é se encontrar.
Hedonista, como quase ninguém que eu conheci, sentia falta de algo que nem sabia o que era. Mas sentia e sentia tudo de uma vez só. Tanto sentimento que entontava.
Escolheu não sentir mais , nada! Absolutamente nada! Não queria importar-se.


Era difícil porque isso não era dela, mas ela ia... Tentando, tentando.

C.

domingo, 19 de junho de 2011

O nerd da minha vida

    Aos quinze anos tive que mudar do RS para Criciuma - SC, como era ainda meio do ano letivo vim na frente dos meus pais para a casa de uma tia, onde morava meu príncipe. rsrs. 
    Em Criciuma conheci algumas amigas da minha prima que se tornaram minhas amigas também. Elas tinham um irmão muito tímido. Viviam reclamando que ele era muito nerd.Então fizemos uma aposta de que se eu o namorasse ele deixaria de ser nerd. A primeira vez que eu o vi já foi amor. Desde que nos conhecemos até hoje não nos separamos mais!!!  Noivamos em 1991 e casamos cinco anos depois. Estamos juntos desde 1985 graças a muito respeito e muito amor é claro!!! hehe.


E ele ainda continua nerd. =)


G.C

Humberto.

     Humberto é o tipo exato de homens que eu costumava me interessar. Uns dois anos mais novo que eu, tinha uma beleza exótica  e era super inteligente e charmoso. Gostava de MPB, era magrelo e tinha escrito na testa em verde florescente "Não quero relacionamento sério" que só eu não conseguia ler. Quando eu o conheci, em uma festa do curso dele,  - lembro ainda a roupa que ele estava usando, uma camisa branca com uma calça jeans azul - eu estava com outra pessoa. Eu não conseguia tirar os olhos dele o que era muito estranho para mim que quando estava com alguém não tinha olhos para mais ninguém. Pois bem, a noite inteira foi assim até o momento em que o "meu alguém" foi embora da festa.
   Lembro que fui até a festa de carona com minha prima e  um carinha com quem ela estava ficando, no carro estava muito triste porque "meu alguém" ainda não tinha me ligado e estava dando sinais de que estava voltando para a sua ex namorada. Fiquei me lamentando durante o percurso inteiro da viagem. No meio da festa o "meu alguém" aparece, soube que eu estaria na festa e foi atrás de mim. Fiquei super feliz, mas eu já tinha notado aquele loiro escuro magrelo que não falava muito e me olhava de um jeito que eu não conseguia entender, era o Humberto!Fiquei com meu alguém o resto da noite, mas como tínhamos ido a festa separados, voltamos para nossas casas também separados. Ele foi primeiro e eu fiquei esperando minha carona. Quando a minha carona chega avisa que Humberto  iria com a gente. Eu tremi, logo que ele entrou no carro veio com um papo de estar cansado e pediu para deitar a cabeça no meu ombro. Eu ri e disse que não, mas mesmo assim ele deitou e me beijou sem eu me dar conta eu também já estava o beijando. Aquela noite foi muito louca, parecia que eu conhecia o tal do Humberto há muito tempo. 
   O mais engraçado foi a cara do carinha que estava junto com minha prima, eu lembro de ter escutado ele falando para ela " Mas ela estava chorando por causa de outro!".
   Depois daquele beijo minha vida virou de cabeça para baixo, eu me apaixonei perdidamente por Humberto.Ficamos mais algumas vezes e foi legal. Fiquei uns três anos pensando que ele era o homem da minha vida, me perdoo por isso. Aprendi muita coisa com o Humberto e com os sentimentos que estar com ele me causaram. Apesar não ter ficado um carinho entre nós, sei que passar por tudo o que eu passei por ele foi necessário. Agora eu sei que se um Humberto passa, todo o resto passa também. 

Capitu 
  

O bilhetinho

Do nada ele chegou, no meio de uma rodinha formada por eu e minhas amigas, que conversávamos, e me beijou! Pelos menos foi isso que minhas amigas, desavisadas...
Tudo aconteceu desse jeito: fui convidada para uma festa junina, a caráter, e caprichei no visual (saia de xita mega colorida, meia calça alaranjada, casaco azul piscina e touca verde limão, claro que o ”visu” foi completo com as clássicas bochechas pintadas por lápis de olho). Só que foi quando cheguei a festa, toda paramentada, lembraram de me avisar que ninguém iria fantasiado à festa... ok! Quem nunca viveu isso?
Mas como já estava pronta e todos já tinham me visto mesmo, fiquei por lá daquele jeito. Sentindo-me extremamente ridícula, com todas as outras pessoas vestidas de forma civilizada e eu como uma louca, fiquei meio de lado, já que conhecia poucas pessoas presentes na festa; foi quando um cara puxou papo comigo, bem de boa, queria saber quem era, quem me convidou, o que fazia, o de sempre... Papo foi, papo veio e achei que rolou um climão, mas não investi, deixei por assim mesmo.
Como toda boa festa junina, teve correio elegante, e para meu choque recebi um bilhetinho (Sério! Nunca tinha ganho um!), mas para meu desânimo foi por parte de um cara   muito, MUITO, esquisito – barriga de verme, pele macilenta e braços de Horácio (sabe o T-Rex da Turma da Mônica?) . Como toda boa mulher, fingi que não era comigo e ignorei educadamente...
Conforme o quentão foi entrando me entrosei mais com todos os convidados, então chegou o segundo bilhetinho, abri-o um pouco menos esperançosa porém recebi outra surpresa, dessa vez boa. Era do bom-samaritano que havia conversado comigo anteriormente, sem rir de como estava vestida.
Ele me escreveu sobre a conversa que tínhamos tido algumas horas atrás, e já achei legal, afinal, alguns homens não prestam atenção no que dizemos, e respondi. Depois de um tempo ele mandou outro, falando que tinha gostado do meu chapeuzinho verde.
Logo depois do correio elegante #2 ele veio falar comigo e minhas amigas, mas ficou num papinho superficial, sem falar diretamente comigo e introduziu braços de Horácio na conversa e nos deixou lá conversando. Então, depois de ter acabado o quentão e termos partido para os destilados, já estava bem não ligando mais pra esse cara, afinal ele só me escrevia e não tinha coragem de falar comigo! Logo depois recebi o terceiro e último bilhetinho que dizia: “Chapeuzinho verde, gostei muito de te conhecer essa noite, te achei muito linda”.
Quando li isso, obviamente, um sorrisinho maroto me veio aos lábios, mas como as amigas com quem conversava não perceberam, continuei com o papo como se nada tivesse acontecido. Porém o que não tinha percebido era que o bofe mandou o bilhetinho e ficou olhando para ver minha reação, e depois disso veio me beijar, como não tinha comentado nada com nenhuma delas elas levaram um choque, super compreensível, afinal elas não tinham me visto conversando com ele a noite inteira.
Depois dessa vez ficamos ainda por um bom tempo, até quando não deu mais certo; mas enquanto deu certo, foi bastante bom, e ainda me lembro com carinho de tudo o que se passou. Até guardei estes bilhetinhos por alguns anos! Hahahah

L.A.