segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O PUM

Caio foi um namoradinho meu. Acho que ficante sério é melhor. Nós ficamos nesse rolo durante oito meses.
A primeira vez que Caio foi dormir lá em casa não fazia nem uma semana que a gente ficava. Veio de uma festa , meio bêbado, dizendo que só queria passar para me dar um oi. E nessa de oi capotou no sofá.
Eu tentei acordar ele , mas ele parecia um gamba morto. 
Quando magicamente ele acorda com a chegada da minha prima e seu namorado, que mora comigo. Foi ai que ele veio com o papo de que estava tarde para ir embora sozinho e pediu para dormir la em casa e eu acabei deixando.
Arrumei o colchão na sala e nós dois deitamos. Eu estava de calça jeans, e fiquei meio assim de por pijama para deitar com ele, acabei deitando de calça jeans mesmo, mesmo ele fazendo um bonito discurso de como seria melhor eu tirar a calça jeans para dormir.
Papo vai papo vem ele me abraçou e a gente dormiu...
Quando no meio da noite eu acordo com um barulho estranho e percebo que ele acorda também. Até eu entender o que tinha acontecido demorou uns 2, 3 minutos...
O barulho foi do PUM que eu dei dormindo. Eu simplesmente soltei um PUM no menino já que a gente estava dormindo de conchinha. No inicio eu pensei que tinha sido ele, porque eu estava dormindo. 
Como eu posso soltar o pum mais alto da minha vida enquanto eu estou dormindo, e de conchinha com o menino que eu estava ficando?
Se tivesse um cu de cachorro eu enfiaria a cabeça na mesma hora. 
Eu disfarcei agindo como se não tivesse bunda e esperei ele dormir. Quando ele dormiu eu fui para o quarto da minha prima acordei ela e falei:
- Quero me matar!! Você não vai acreditar! Eu soltei um PUM no Caio!
Ela começou a rir sem parar e eu quase chorando. 
Bom , eu ainda tinha a ilusão de que ele poderia não ter escutado, ou sentido o PUM. Mas eu sabia bem no fundinho que aquele barulho todo não tinha passado despercebido, mas sabe como é a esperança é a ultima que morre.
Voltei a dormir e na manhã seguinte acordamos e fomos tomar café. 
Tudo estava normal , nenhuma palavra sobre o fato fatídico quando entra minha prima na cozinha e solta:
- E ai Caio e o PUM da Valéria ontem?
Eu queria me jogar do sexto andar e levar ela junto. Mas me segurei. 
Bom , como todo mundo tem bunda aprendi que um peido alto não acaba com relações.

Valéria

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Um verso pequeno de um grande amor

Ele me olhou
Eu olhei ele
Eu gostei do jeito que ele me olhava
Ele ria do jeito que eu ria para ele

Ele me beijou
Eu beijei ele
Eu gostei do jeito como ele me beijava
Ele ria do jeito que eu ria para ele

Ele se declarou
Eu jurei amor à ele
Eu falei que sentia medo
Ele riu do jeito que eu ria para ele

Ele foi embora
Eu fiquei sem ele
Eu senti a dor de quem fica
Ele riu do jeito que eu chorava por ele


H. H

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Fusquinha

Foi em 1983. Conheci o Daniel através do meu irmão mais novo e foi amor a primeira vista. Passei a fugir na combe do meu pai , que meu irmão pegava escondido, e ir a uma boate que ele sempre ia. Nos conhecemos e passamos a sair juntos.
Daniel era sempre duro e por conta disso a nossa primeira vez ficava cada vez mais difícil de acontecer pois não encontrávamos lugar. Foi quando Daniel pegou o fusca do pai dele e fomos para a praia. Eu estava toda ansiosa , louca para conhecer Daniel mais profundamente, se é que me entendes. 
Passou la em casa e fomos a beira da praia. Logo que chegamos depois daquela conversa meio sem graça , Daniel  ligou o radio e no embalo da musica começamos o amasso. 
Mão aqui, mão ali...
É hoje! - Eu pensava.
Tudo perfeito e muito animado quando de repente começamos a sentir um cheiro de queimado e uma fumaça estranho no ar. 
- Nossa!! Daniel é realmente muito quente! Vou me dar bem!
Mas o calor e a fumaça não vinham de Daniel , mas do radinho que estava simplesmente pegando fogo! Tivemos que sair do carro e chamar alguém para ajudar! 
Daniel saiu do fusca, literalmente, com as calças na mão. E quase perdeu o fusca do pai dele. Conseguimos ajuda e tivemos que pegar carona até a minha casa e a dele, pois o fusquinha não pegava mais depois do incêndio do radinho. 
Depois disso tentamos mais duas vezes e finalmente nossa primeira vez aconteceu. 
Namorei dois anos com Daniel e hoje estamos casados a 30 anos... Apesar de Daniel só ter se casado porque meu pai o ameaçando com uma espingarda - eu estava gravida - o "convidou" a ir ao cartório, hoje somos muito felizes, temos três filhos maravilhosos
Mesmo eu  tendo que rasgar todas as fotos do nosso casamento onde Daniel aparecia demostrando tanta felicidade quanto a mesma daquela exprimida pelo meu cachorrinho quando voltou do castração, hoje ele sabe que foi a melhor coisa que ele fez na vida dele . rsrsr Rimos muito das nossas histórias. 


 Janaina

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Adriana

Como todo post inicia com o nome de um homem, sendo este blog escrito por mulheres, faço diferente e começo por mim; Adriana..
Não sei quanto a vocês, mas quando eu tenho certa antipatia pelo cara logo tomo cuidado, pois é por caras assim que costumo me apaixonar.
Mateus era um pé no saco. Soberbo, sarcástico, com um poder de persuasão incrível. Para ele mulheres serviam para curtição, farra , diversão e transportar a cerveja  da geladeira até as mãos dele.
Eu sentia que era reciproco, a gente se odiava.
Um dia Mateus apareceu com uma namorada e eu fiquei super incomodada com aquilo. Passei a odiar ainda mais Mateus.
Eu imaginava estar ficando louca, mas a raiva aumentava cada vez que eu via Mateus com a sua namorada chata.
Tentei desvincular meu pensamento de Mateus.
Quando fomos apresentar trabalho em um Congresso em outra cidade nós dois ficamos hospedados no mesmo hotel e, com certa laboriosidade, passamos a fazer as coisas juntos. Era uma semana de Congresso, nos primeiros dias só almoçamos e jantamos juntos no quinto dia, depois de algumas quantas cervejas, ele estava dormindo comigo no meu quarto.
Quando chegamos em nossa cidade todos já sabiam que eu e Mateus havíamos dividido o mesmo colchão. Mateus fazia o tipo gostosão e não se importava muito com o que sua namorada pudesse pensar sobre aquilo, ele queria era contar para todo mundo que tinha brincado de médico comigo. Tanto que contou todos os detalhes e como se não bastasse inventou muitos outros.
Assim Mateus ficou conhecido como comedonto (comedor  + odonto, curso que fazemos) e suas vitimas como pacimidas (pacientes +comidas).
Tudo certo até o momento em que passei a ser conhecida como uma pacimida do garanhão da odontologia. Tinha gente sabendo até onde eu tinha sinais de nascença por conta do Mateus - o comedor!
Isso me deixou tremendamente irritada e precisava fazer justiça a mim e as minhas iguais. Foi quando passamos a contar o desempenho do senhor comedor e mencionamos o tamanho de sua ferramenta. De comedonto, Mateus passou a ser chamado de amendoim.

E assim termino a minha histórinha..


Dri. 

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Lembranças



As lembranças são como bolhas de sabão pairando no ar
coloridas por um tempo
mas explodem e somem.. uma a uma

o que mais me dói é o cheiro que se foi
nas tuas roupas esse odor insuportável de mofo
cheiro de passado
cheiro das coisas imóveis 
e guardadas a algum tempo...

o calor agora pertence apenas às lágrimas
e as lembranças são como bolhas de sabão
flutuantes
não podem ser tocadas
nada mais pode ser tocado
nem mesmo essa dor 
arraigada em cada parte do meu ser
em alma e corpo

Essas lembranças não são como bolhas de sabão
as bolhas de sabão são leves demais...

AME


sábado, 12 de novembro de 2011

Eduardo

O Duda é aquele tipo que só faz coisas idiotas e vive reclamando de estar sozinho, que mulher não sabe dar valor, que mulher é isso e aquilo. Mas o Duda pede para se dar mal:
-O cara diz que ama na primeira semana de relacionamento,
- Quando sai faz barraco por ciumes,
- Trata mal a menina que está com ele na frente dos "brothers", mas quando está sozinho com a menina deita, rola, finge que dorme, tudo de acordo com o que ela mandar.
- É aquele que , segundo ele, já pegou milhares de mulheres, mas nunca é visto com ninguém
Iguais ao Duda tem aos montes...
E assim foi comigo quando conheci um dos meus "Dudas".
Eu não tinha muita intenção de ficar com ele, até porque a insistência dele já estava me incomodando. Foi quando Duda quis me dar um presente.
- Tânia , queria entregar um presente que eu comprei para você.
- Duda, nós já conversamos sobre isso. Você sabe que somos amigos e quero que continue assim. 
- Tânia, é uma lembrança só. Lembrei de você e quero te dar.
- Está certo, pode vir me pegar.
Duda passou aqui em casa e fomos conversar, foi ai que ele me deu um presente; um perfume muito bom por sinal. Porém , como eles sempre tem uma segunda intenção, Duda tentou me agarrar.
Resolvi cortar o mal pela raiz naquela noite e inventei que estava saindo com outra pessoa. Então ele me trouxe em casa e depois de duas semanas voltou a me procurar.
Eduardo queria o perfume de volta! Sim!! Ele queria o perfume que me deu de volta!!!
Eu devolvi, mas eu sabia que isso um dia teria volta.
E teve...
Uns anos mais tarde eu e Duda nos encontramos. Ele era bastante amigo de um primo meu. Voltamos a conversar e pensei que Duda talvez estaria diferente desta vez. (A gente sempre pensa! Ledo engano!).
 Duda, então, me manda uma caixa de bombom, dos que eu mais gostava! Novamente expliquei que não seria possível nenhum envolvimento entre nós e comi todos os bombons antes que ele me pedisse de volta.
O lance foi que Duda foi embora para outra cidade e anos mais tarde nos encontramos de novo. Duda estava mudado, mais maduro, a gente estava se entendendo quando resolvi que daria uma chance para ele. Ficamos por um tempo e Duda desta vez não me deu nenhum presente. rsrsrs.
Foi quando Eduardo com uma cara de cachorrinho sem dono chega para mim e menciona que frase??
Qual , qual , qual?
Aquela, mais old que a Suzana Vieira, mas que nós mulheres ainda tememos...
QUAL?
" Não vai dar mais para continuar, eu estou confuso. Não me leve a mal, não é nada pessoal,NÃO É VOCÊ  SOU EU..."
Naquele exato momento eu mesma quis devolver todos os bombons que ele tinha me dado, era um pena que não estavam mais no meu organismo.
Realmente o problema não era eu mesmo, sempre foi ele.

E ainda nos perguntam ; O que queremos nós mulheres ?

Tânia

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O Australiano

Inicio de uma sexta-feira. Minha amiga me liga , já pela manhã, me chamando para ir em uma boate que é bem badaladinha aqui em Floripa. Como era verão tinha uma galera de fora visitando a nossa linda ilha da magia. A noite chegou e nós fomos baladear. Chegando na boate pensei ser uma festa comemorativa de qualquer turma de terceirão de escolas de Florianópolis, o mais velho dos meninos deveria ter no máximo 18 anos. Não que isso seja assim um grande problema quando você está matando cachorro a grito, mas quando a fila está fluindo com certa continuidade boa não é preciso apelar, apesar de eles serem bem esforçados em nos agradar , muitas vezes mais que os mais velhos.
Pois bem, bebemoramos então a nossa noite, pois é isso que nos restará... quando de repente chega uma excursão de australianos e um deles muito me agradou , a principio. 
Meu inglês era uma shit , não que hoje seja maravilhoso, mas naquela época era terrível de verdade. Eu só sabia falar "the book is on the table"  
No inicio ficamos nos olhares e como eles geralmente costumam ser lerdos resolvi descansar o pé - que estava sendo massacrado por meu salto alto - sentando. 
Foi ai que aparece um australiano - outro - querendo talk to me. But, i did not speak english. Foi ai que ele me soltou um sonoro: "Como alguém não sabe falar inglês?" (em inglês)
Baby eu não sei se you know, but você está em um país onde as pessoas falam português, aprenda falar você a língua do pais em que visitas.
O menino saiu nos chingando, irritado de verdade, foi ai que chegou o bunitinho para speak com a gente. 
I' sorry! - disse ele.
(Isso eu sabia o que significava)
Okay, falei orgulhosa de ter entendido.
Então ele sentou do meu lado e começou a falar inglês e eu português .A figura me chamou para dançar e eu fui. Que situação horrorosa; Eu não entendia nada do que ele falava e só fazia que sim com a cabeça e foi ai que ele me deu um beijo. Foi a noite em que mais escutei a palavra "água" na minha vida, pois era uma das poucas palavras que ele sabia falar em português. 
Nessa noite eu entendi o porquê que o beijo é a língua universal!

A entrevista




Entrevistei um coveiro, o que dá matéria muito interessante. Vi a vida de um cemitério. O que me parece meio contraditório, mas não se trata de antítese. Ele me explicou calmamente como o abrigo dos mortos acontece em cada estação do ano. As árvores, dão mais trabalho no outono, e no verão são muito úteis, por causa de sombra feita para gente que sofre por corpo que morre.
Os passarinhos também ganham papel importantíssimo no cenário mortuário, ele bem me disse que: - passarinho canta e deixa gente alegre- e que deixam casinha de gente que não mora ali, muito sujinha com resíduos que saem pela cloaca.
O coveiro e o pão de cada dia nos daí hoje cemitério limpo e cova bem aberta. Coveiro também canta, e garante que os males espanta e não há no mundo ambiente de trabalho mais tranqüilo do que esse que a sorte do seu ofício lhe permite.
Flor de plástico é muito bom para quem quer enfeitar de beleza que não vive, lugar de gente que não está, a eternidade da lápide de mármore.
Sempre achei cemitério colorido, quando era criança, e me alegrava muito os dias de finados, eu nada tinha a ver com lágrimas e lamúrias de adultos, era a volta para casa com passagem certa pela praça com balanços, que meu pai me levava, que causava-me maior alegria.
Fascínio de novembro, criança que chega, avô que vai embora. O ar que corre se chama vento e limpa toda a tristeza do mundo, é por isso que finados venta muito, para varrer ilusão de gente que choraminga. Choramingo também lava alma, alma que lavada se renova.
E o coveiro? Como foi que perdi o coveiro nessa história? Sai do cemitério calculando passos de gente que ainda anda, e que sou eu, saindo da oculta vida de um coveiro, do incansável trabalho de flores, pássaros e árvores, calculando passos para não me perder na morada dos mortos, e sobre tudo, no mundo de coisas muito vivas.  

                                                                                   Flor de luz

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Lucas

O Lucas é aquele tipo quieto, não fala muito, tá sempre na dele e... É AI QUE MORA O PERIGO MENINAS!
Eu e Lucas já estávamos noivos fazia quatro meses. O pedido quase me matou do coração. No aniversário da minha mãe , na frente de toda minha família, antes de me consultar! Pareceu mesmo um presente para minha mãe e  minha família que sempre foram loucos por ele.
Tomei um  susto do pedido e da pressão em dizer sim , não foi muita pressão porque eu o amava mesmo, mas fiquei nervosa, né. Afinal eu não esperava.
Lucas e eu tínhamos o dia da semana com os amigos, verdade que o Lucas sempre queria mais de um. Mas... Neste dia eu saia com minhas amigas e ele com os dele.
Em um sábado Lucas disse que iria sair com a rapaziada do futebol, ia ter futebol, cerveja e depois eles iriam estender para um churrasco.
Ok! Pensei comigo, vou ligara para a Roberta - que é namorada do amigo dele que é do mesmo time -
- Rô , vamos a praia?
- Não dá , hoje é aniversário do Thiago e eu vou sair para almoçar com ele!
- Ué, ele não foi jogar futebol?
- Não, hoje não tem. Eles desmarcaram!

hummmm... Ligo para o Lucas e ele atende:
_ Oi amor! Não posso falar agora porque to no vestiário colocando o fardamento!
- A é? Eu pensei em ir ai ver teu jogo.
- Amor hoje é dia da rapaziada!
- Hummm. É que eu liguei para a Rô para irmos a praia , mas ela disse que o Thiago ia almoçar com ela, que hoje não tinha futebol.
- Nada !O Thiago tá faltando para caramba! Acho que nem avisaram ele do jogo de hoje!
- Humm.. Ta bom!

Tá bom o caramba! Hoje eu pego o Lucas, pensei!
Eu fiquei um tempinho pensando no que fazer quando recebo um telefone de uma amiga dizendo
- Babi, o Lucas esta aqui no pagode e tem uma morena que se não sentou no colo dele ainda, vai sentar logo logo!
- Dê to indo para ai, mas não deixa ele te ver não!
Peguei o carro com uma raiva que triplicava o meu tamanho, eu tenho 1,53. Mas a raiva era bem grande!
Cheguei no local e o Lucas já estava no carro dele com a morena lá - Uma observação: Ela estava dirigindo o carro dele, na verdade estava no banco do motorista porque eu abordei eles antes de ela dar partida - Aquilo me enfureceu mais ainda! Foi quando fora de mim peguei a menina e arranquei ela pela janela do carro, puxando o braço dela com uma força que eu nem sabia que tinha. Não satisfeita peguei o Lucas - que neste momento estava sim CHORANDO - e o empurrei para fora do carro também! Deixei os dois no estacionamento e sai dirigindo o carro dele.
Depois de deixar o carro do Lucas na minha casa liguei para a  Dê ir me buscar! Voltamos no pagode para pegar meu carro e o Lucas não estava mais lá.
Depois de seis meses casamos! euheuh! Ele é o amor da minha vida e sabe como eu fico brava, por isso se faz as coisas agora faz bem feito para eu não descobrir.

Babi

Corre Corre


Corre, corre
E não se sabe o motivo do temor.
Desconfio que esse
Corre, corre
É de gente que tem medo do amor.
Pois quem já abriu o coração
Sabe bem que o amor alimenta-se da dor.
Mas sinto dizer que esse
Corre, corre
É tempo perdido, pois quem
Corre, corre
Também tem sofrido.
E do amor, quem
Corre, corre
É da solidão que tem pavor.






Capitu

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Transmutação


É preciso deixar a morte acontecer;
Viver a tristeza do desterro;
Os fios que delicados se desfazem.

É preciso a tristeza deste verso;
O dolorido que em viv’ alma se consome;
Águas que furiosas abrem caminhos.

São lágrimas que consomem as impurezas;
A entrega seca o pranto;
A fé, certeza de um inseguro caminhar.

Rega a terra com tuas lágrimas;
Deixa as sombras viverem seus pesares.
Deixa a dor fazer crescer o filho.

                                                     Flor de Luz

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Resposta ao Soneto do Amor Maduro



Soneto do Amor Maduro

Tu não terás do meu amor senão a calma
Sem os arroubos e os rompantes juvenis.
E não esperes que eu invada tua alma
Pois meu querer se faz de formas mais sutis

Tu não verás no meu amor açodo e pressa
Antes o lento desbrotar de uma paixão
Que não explode no vazio de uma promessa
Mas pouco a pouco há de inundar teu coração.

Não há de ser o meu amor chama inconstante
Ou labareda que se ergue desvairada
E que em cinzas se transforma num instante.

Mas será sempre enquanto vida me for dada
A flama firme que jamais se faz distante
E espanta o frio da solidão indesejada

Luiz Robin Ohlson
Resposta ao Soneto do Amor Maduro

Mas como pode existir amor sem pressa
Se não está o amor ainda afirmado?
Serenidade na inconstância só interessa
A quem está só levemente apaixonado.

Se diz sentir amor maduro e verdadeiro
E ainda assim sente a calma te frear,
Meu camarada, tu não amas por inteiro
E está mentindo pra si mesmo sem notar.

De nada serve a sua chama tão constante
De nada serve o seu amor não juvenil
Se já não posso nem te ter por um instante.

Nunca pedi que invadisse a minha alma              
Mas não percebe que o tempo é traiçoeiro?
O amor maduro apodrece com essa calma.

Alice

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A palavra é inesperado.

ou pelo menos uma delas...
Inesperado são as coisas que você provoca em mim
Sensações emocionais e no corpo mesmo.. de carne e osso
Vontade de sentir tudo ao mesmo tempo
e me perder na infinidade de sentimentos simultaneos.
Querer e querer
Sem ter certeza de absolutamente nada
Um querer e pronto!
De estar, de tocar, de sentir
Voz, cheiro, pele, textura
Inesperado é sentir tanto sem saber o que se sente
Talvez porque ninguem tenha denominado ainda
ou simplesmente porque eu desconheço a palavra certa
Palavras em excesso me consomem 
Por isso, eu sempre escolho o sentir
E eu sinto
Não sou capaz de entender ou explicar o que está acontecendo
POr isso, não pergunte
Nem me arrisco a responder minhas próprias dúvidas
Na verdade eu evito pensar
Porque como já disse, eu não sei muita coisa a respeito disso tudo
Não sei se vai dar certo
ou quanto tempo vai durar
Mas é muito bom te querer
e querer mais a cada dia
Talvez a inconstancia do que somos
não permita a longevidade de tudo isso
Mas o que tenho buscado é a intensidade.
Não sei bem o que me provocas
E é inesperado justamente por isso,
Porque a cada dia encontro uma nova resposta a essa pergunta.


A.M.E

Amigo




Escutando The Way you look Tonight imediata é a lembrança do filme casamento do meu melhor amigo, quando eles estão numa barca e começam a cantar essa música, era a música dos dois. Mas, além do filme ela também me lembra quando eu me apaixonei por um amigo. Foi a paixão mais com cara de paixão que já vivi. Por enquanto!!!
Viramos amigos durante uma matéria na faculdade em que cursávamos juntos. A princípio achava ele com cara de arrogante e nunca me aproximava por medo. Um dia do nada ele estava no mesmo ponto de ônibus que eu e de repente ele diz que me viu numa foto. Obviamente faço cara de quem não entendeu nada. Ele percebendo minha estranheza logo diz que mora com o fulano, que num passeio que fiz com esse amigo em comum a câmera que este tinha levado era dele. A partir daí íamos conversando em dias esporádicos durante as aulas.
Numa viagem dessa matéria, olhei para ele com outros olhos, o que me deixou surpresa comigo mesma. Mentalmente pedia para ele sentar ao meu lado na ida, porque gostava de sua conversa. Mas nada aconteceu. Chegando em nosso destino, volta e meia nos esbarrávamos, o engraçado é que no almoço ele sentou ao meu lado e se não me falha a memória pegou um pedaço do meu bife ou algo do gênero. A noite na balada sempre estava perto de mim. Na viagem de volta veio sentado ao meu lado.
No resto do semestre eu sempre tentava ficar perto dele, mas juro que era inconsciente não percebia essa atração. A matéria acabou e ele me chamou para tomar um café, ficamos conversando horas, assunto era o que não faltava. Mas não passava de conversas. O ano acabou, entrou o novo ele se formou e um dia esbarrei com ele na faculdade, novamente horas conversando. Chamei ele para meu aniversário ele foi e algumas conversas no MSN aconteciam as vezes. Nos esbarramos num show, nos vimos no shopping e assim o ano acabou.
No ano seguinte conversando com o amigo que morava com ele, fui convidada para pular o carnaval com eles. Imagina se não fui e levei uma amiga. Que por sinal quis me matar, pois era carnaval de rua da comunidade local, o que quer dizer um trio e umas 50 pessoas na rua. Mas eu fiquei louca de feliz de encontrar ele e conversar mais um tempão. Foi nesta noite de carnaval que ele ficou mais saidinho. Uns moleques de 16 anos chegaram na minha amiga e em mim, pedi a ajuda dele para nos livrarmos e bem pau no c* ficou rindo da gente. Depois fui tirar satisfações sobre seu pouco auxílio à amiga aqui em questão e ele só disse isso: “você queria que eu fizesse o que? Te beijasse?” Acho que não teria sido má ideia... hahhahaha, mas fiz que não escutei nada. A chuva começou a cair, para aumentar a ira da minha amiga, saímos todos para um ponto de ônibus, pois ela e eu precisávamos pegar ainda 3 ônibus para chegar em casa, agora ela estava furiosa... hahahhahaha. Fúria que só aumentou quando tivemos que correr para pegar um ônibus lotado...hahahhahah. Mal consegui me despedir deles, então eu na minha pouca embriaguez mandei um SMS para ambos agradecendo a companhia da noite. Bom, só ele respondeu, fazendo várias gracinhas, dizendo que queria tocar violão para mim, que era para descer do ônibus e voltar.
Nos dias seguintes ele veio falar comigo, todos os dias no MSN e agora nos dois jogávamos indiretas um para o outro, até que elas viraram diretas. Ele falou que naquela viagem também sentiu vontade de ficar comigo, o que foi me deixando mais empolgada. Cafés foram marcados, horas de conversas todo dia foram feitas, músicas surgiram. E as cinco da manhã um SMS era enviado para mim dizendo que estava escutando nossa música. Tinha como eu não me apaixonar? Ainda mais por que ele tinha um beijo doce e quente, que perfeitamente se encaixou com o meu logo de primeira.  Acabou que complicações surgiram e não ficamos mais. A paixão como era acabou, mas continuamos bons amigos e acho que é isso que importa. As vezes as lembranças daqueles dias ainda me visitam, o que é algo muito bom.

Branca de neve sem anões

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Foi como se...






...Foi como se não reconhecesse mais aqueles olhos que antes eram tão cúmplices dos meus.
Eu senti, não entendi de onde vinha e o que significava, mas eu sentia .
E como eu não sabia como salvar a mim mesma daquela sensação e daqueles sentimentos eu chorei. Uma ou duas vezes...
E então eu ri
De mim mesma
Talvez fosse desespero ou mais uma vez a percepção de que não há nada que eu possa controlar.
E então elas cessaram.
As lágrimas pararam de cair.




Capitu

domingo, 9 de outubro de 2011

João

O nome dele era João. Lembro de quando ele começou a estudar com a gente! Foi na quinta-série. Aqueles olhos azuis grandões fizeram todas as meninas da sala de aula suspirar!
Aquele jeito dele meio blasé nos fez perder a concentração em muitas aulas de matemática... 
Depois de algumas semanas fui conhecendo melhor o tal João. E percebi que ele estava querendo chamar minha atenção; Naquela brincadeira queimada ele ficava me perseguindo de um jeito que conseguiu quebrar meu nariz tocando a bola no meu rosto. 
Uma outra vez , me prensou na parede e disse que se eu não desse um beijo no roste dele , iria me dar uma porrada.
O João era aquele tipo de aluno em que os pais frequentavam bastante a escola e ele a diretoria. Nós estudávamos em um colégio de freiras e ele vivia tirando o véu delas, colando espelhos no calçado para ver por baixo dos seus habitos, ficava escarrando na mesa e forçando os outros alunos mais magrinhos comer.
Pois o João foi meu primeiro amor. Desde o inicio da minha vida amorosa eu tenho o dedo podre.
Foi sempre assim; Uma relação de amor e ódio entre eu e  João. O bom era que ninguém podia se meter comigo que o João sentava a mão sem dó nem piedade.
João e eu vivíamos grudados. No recreio ele nunca levava lanche e sempre comia o meu. Eu lembro de uma vez que eu levei aquele salgadinho fandangos, ele simplesmente me de UM fandangos, sem zoação, e saiu com o resto do pacote.
Tudo bem, eu e João já estávamos namorando! Eu  não tinha muita escolha porque com a fama do João, ficava com  medo de dizer não para ele e assim levar uma soco, chute, algo do tipo.
Mas ainda faltava uma coisa ; O BEIJO!
A gente ainda não tinha dado um beijo e João decidiu - ele deixava eu decidir alguma coisa? - que seria na festinha para os alunos  que a nossa professora de Português estava fazendo na casa dela.
Mas antes ele me disse:
- A gente vai dar um beijo na festa da professora Denise, mas você vai ter que tirar esse bigode ai.
- Bigode?
- É! Esse buço, sei lá o que...
Gente , até hoje eu tenho trauma com o meu buço, por causa de João.
Bom , e agora?
Falar para minha mãe que eu tinha que depilar o buço por causa de João não dava.
Me tranquei no banheiro dos meus pais e procurei uma solução. Minha mãe tinha um creme mega fedorento que ela passava na perna e deixava uns minutos para depois pegar um algodão e com ele tirar os pelos, mas aquilo era muito fedorento e eu iria ficar com aquele cheiro até o fim do dia. E do jeito que João era sincero, ia falar para a festa toda que eu estava cheirado mal.
Então olhei para as coisas do meu pai e vi um prestobarba. Estava desesperada, ou era o beijo em João, ou a possibilidade de mais uma vez meu nariz quebrado. Então eu raspei meu "bigode" com o prestobarba do meu pai. Ficou uma coisa um pouco áspera, fiquei com medo que João percebesse, mas ele não percebeu. Não lembro muito do beijo, mas lembro que depois de alguns dias tomei coragem e terminei meu namoro de um beijo e três semanas com João.
Minha terapeuta diz que grande parte do meu insucesso na vida amorosa, atualmente, é herança da minha relação com João.
Poxa João...

Tati

domingo, 25 de setembro de 2011

Sibutramina

Era carnaval no yate clube Morro dos Conventos. Fomos para lá as 13:00h da tarde. O dia prometia e cumpriu!!
Eu estava na bad porque tinha terminado com um gatinho que estava ficando e então minhas amigas tentavam me animar.  Dentre essas amigas uma era estudante de farmácia. Quem já teve um amigo aspirante a farmacêutico sabe que tudo que é ilícito pode se conseguir com ele.
Anoiteceu e essa minha amiga farmacêutica surge do nada me oferecendo dois comprimidos:
Amiga farmacêutica  - Amiga , toma isso que teu baixo-astral vai embora na hora!
Amiga idiota (no caso eu) - O que é isso?
Amiga farmacêutica - Vai dar um baratinho só , vais rir a noite inteira!
Eu tomei. O problema é que o baratinho custou muito caro!
Os dois comprimidos que ela me deu eram nada mais nada menos que sibutramina - aquele remédio para emagrecer que a venda é proibida!!  Já viu o que aconteceu né... Eu fiquei mais doida que o batman!!!
Chegou uma hora que me vi sentada na grama , sozinha, me perguntando "Como eu vim parar aqui?"
Eu comecei a andar e passei a enxergar as pessoas deformadas, a galera com narizes , bocas e olhos enormes. Então eu comecei a me desesperar!! Meu Deus eu estava muito doidona! E o lance só piorava até que eu encontrei o mini-ônibus que a gente tinha ido. Quando eu fui entrar percebi que tinha gente lá dentro. desgraçada! Eu pensei comigo - Era a minha amiga farmacêutica brincando de médico com o namorado dela e eu na merda por causa dela. Mas eu não ia estragar o clima, né e continuei andando na esperança de encontrar alguem conhecido, quando começou a me dar falta de ar. Meu coração tava na garganta e eu pensei que iria morrer.
Então parei um menino e pedi ajuda para ele. Disse que achava que iria morrer e precisava encontrar uns amigos meus para me despedir! hahaha (que merda!)
Ele me levou na UTI móvel e lá eu capotei. Quando acordei a primeira vez ele ainda estava lá comigo, só saiu quando chegou a minha amiga farmacêutica dizendo para os enfermeiros que eu tinha tomado sibutramina  e que eu tinha comprado com uma galera muito doida de lá! (hahaha fdp)
Eu fiquei umas duas horas dormindo na UTI móvel, quando acordei fui encontrar minha galera e logo fomos embora.
No outro dia quando fui pegar a bermuda que eu estava usando para por para lavar eu encontrei um bilhetinho do menino que me levou na UTI móvel. Dizia assim:
Se precisar de alguma coisa pode me ligar, (colocou o número do telefone e o nome dele)
Eu resolvi mandar uma mensagem para ele para agradecer e ele me ligou.Foi muito legal! Nós rimos muito lembrando de quando eu  o abordei dizendo que ia morrer e que precisava encontrar meus amigos para dar tchau.. eeheheheh
Eu por mim mesma

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Festa a fantasia

Nós namorávamos a oito meses, quando junto com a galera resolvemos ir à uma festa a fantasia. Até então ele quis fazer surpresa com a fantasia dele, só soube quando ele estava parado na frente da minha casa me esperando para sairmos. Ele estava vestido de papaquito! (pois é) Sabe , aqueles da xuxa? Que usam uma gravatinha borboleta e uma calça social? Esse mesmo. (rola por uma foto para ilustrar?) Achei um pouco estranho porque ele estava com o corpo coberto de óleo para sei lá o que, estava lá brilhando, saca?
Ok! A festa estava muito doida e com ela nós também. Nós ficamos doidões MEEESSMOOOO!
Tanto que teve uma hora na festa que eu perdi ele - a festa rolou até as nove da manhã- e nessa de procurar minha doidera passou na hora! Várias tiazinhas e feiticeiras lá, tinha até uma Eva gente!!! Com uma folhinha nos peito e no meio das pernas e SÓ! Não ia deixar meu bofe assim dando sopa , né.... Mau sabia eu...
Sei que depois de um tempo ele apareceu. Ele estava todo pintado de verde, na boca e nas costas e peito tbm! E estava sem a gravata borboleta!
Eu: - O que significa isso meu irmão???? - Eu xinguei!
Ele: - Sei lá, jogaram um spray de tinta verde em mim!
Eu: - Nossa ! Na boca? E tinha dedos esse spray? Porque te vários nas tua costas e no teu peito!!
Ela: - Não viaja! Não arruma encrenca, ta? A galera ta na boa aqui. Não ia fazer nada com você na mesma festa, né!
Eu- Onde está sua gravata?
Ele - Não sei, perdi!

Gente , a partir daquele momento eu andei pela festa inteira procurando uma menina verde !Andei a festa inteira até encontrar alguém verde... E eu encontrei! E para piorar , a pessoa verde estava com a gravata do meu namorado papaquito, lá! Só que para minha surpresa não era uma menina, era o HULK, não não! Não era o Luciano Huck. Era aquele Hulk dos quadrinhos!! Um cara gigante e muito gostoso! Meu então namorado tinha beijado o cara mais gostoso da festa! Na hora não tive reação. Não sabia se chorava, se ria. O mais foda foi que eu estava com uma amiga que também estava procurando uma MENINA verde! Ela sacou antes de mim e pra tentar amenizar a situação ela disse: - Amiga o HULK é um gato, nem liga! Pior se fosse um barango!
An?
Eu fui embora naquele momento. Depois ele me ligou e falei pra ele que eu sabia que ele tinha beijado o HULK  e ele foi lá em casa para conversarmos.
Ele disse que tava muito doidão e que quando beijou ele pensou que fosse uma fadinha! An? fada musculosa assim?
Enfim , hoje ele namora outra menina e eu soube que ele andou fazendo outras dessa...
No fim da história, depois que eu chorei tudo o que tinha de chorar, ficou só um sentimento... Raivinha dele, porque quem queria pegar o gostoso do HULK era eu!!!!!!!



quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Os gêmeos

E quem nunca confundiu, né?
Eu conheci o gêmeo1 em uma boate badaladinha de Florianópolis. Logo que entrei eu vi ele e a gente ficou se olhando até ele vir falar comigo. Ele era bem gatinho, mas depois de uns minutos de conversa percebi que ser gatinho era uma qualidade que ajudava bastante ele , pois o que ele tinha de gato ele tinha de chato. No fim das contas acabei ficando com ele. Com o rolar da festa às vezes que eu me perguntava o que eu estava fazendo ali com aquele garoto aumentava constantemente. No fim acabei passando meu telefone para ele, por livre e espontânea pressão.
Agora entenda o porque de ele ser tão chato:
Na primeira vez que me ligou , qual foi o convite que me fez?
- E ai , vamos assistir um filme na minha casa ou na sua?
Sabe, eu odeio esses caras que não são nada sutis, e eles são tão idiotas que ainda não se ligaram que podem conseguir bem mais coisas sendo mais espertos!
Mas a segunda vez ele se superou. Me ligou em um domingo a tarde me chamando para fazer massagem nele pois ele tinha jogado bola a manhã inteira e estava muito dolorido.
E eu pensei comigo! An?? senta lá, CLAUDIA!
Acabou que ele me ligou outras vezes, ah não ele mandava mensagens! hahaha e eu não atendia e nem respondia depois de um tempo meu celular foi roubado e tive que mudar o número.
Passado um tempão eu vou a uma outra boate badaladinha de Florianópolis e percebo que o ser humano da massagem esta me rodeando. Não deu outra e o moleque chegou para conversar com a gente. Nisso ele pergunta meu nome e eu com cara de espanto decido entrar na brincadeira e fingir que não lembrava dele. Só que o menino falou um outro nome daquele que eu conhecia e eu pensei que bandido gente, mentiu até o nome! Depois fui percebendo que este era diferente, era mais educado, tinha um papo mais legal. Eu estava até gostando do homem massagem!
Depois de conversar um tempo eu fui ao bar comprar uma bebida enquanto ele ficou me esperando conversando com minhas amigas. Quando estou no bar me deparo com o menino, Ei! Pensei comigo: Mas espera ai! Que camisa vermelha é essa? Você não estava de branco? Ele me deu um tchauzinho e eu entendi tudo. O cara tinha um irmão gêmeo e pelo jeito os dois tem gostos bem parecidos! hahah. Enfim , eu sai pela culatra e fui ao encontro do gêmeo2. Me senti muito o Tonho da Lua, naquela de " A Rutinha é boa e a Raquel é má". Nisso o gêmeo1 veio também ao encontro do gêmeo2 que me apresentou inocentemente para o gêmeo1 , e eu que não era boba nem nada entrei na brincadeira - valendo desta vez - e me apresentei para o gêmeo1 como se fosse a primeira vez que tinha visto ele. Ele riu para mim e disse que já me conhecia e eu disse que também tinha uma irmã gêmea e que devia ser ela. Não sei até hoje se ele acreditou ( Acho que nao, né?), mas se não acreditou ele entendeu. No fim das contas acabei ficando com o gêmeo2 que era um fofo, muito Rutinha é boa! Mas depois de um tempo aquela situação ficou um pouco chata e acabou que não sai mais com ele também.

Manu

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Casamento da minha amiga

Eu estava viajando, era casamento de uma amiga minha em Porto Alegre, amiga aquela que você não pode deixar de enfrentar 7 horas de ônibus porque a grana está curta para pegar um avião. Minha amiga estava casando gente e eu estava super animada.
O casamento era no sábado a noite e eu peguei o ônibus na sexta -feira a noite. Fiquei hospedada na casa de uma grande amiga minha que também ia ao casamento.
Bom , eu tenho labirintite, por isso quando faço viagens longas assim tomo um medicamento para passar a tontura e o mal-estar que me provocam o balançar do ônibus. O problema é que me dá muito sono esse remédio e eu acabo capotando durante a viagem inteira. 
Antes de pegar o ônibus comprei uns comes e bebes, porque afinal seriam sete horas, né! O remédio tem que ser tomado 45 minutos antes de viajar , então já estava tudo certo. Comida comprada , remédio tomado, poltrona encontrada.
O efeito do remédio já estava agindo e é meio instantâneo então eu logo dormi.Umas duas horas se passaram e eu acordei, percebi que ainda estava sozinha, a poltrona do meu lado ainda não tinha sido ocupada. Sim eu peguei o bendito ônibus "pinga-pinga". Percebi também que o mal-estar estava voltando e tomei mais um comprimido ( meu médico disse que só poderia tomar dois no máximo em casos urgentes) , enquanto isso abri uma bolachinha dessas recheadas para comer. E simplesmente APAGUEI! Eu sou daquele tipo que fica doida com halss e coca-cola, que fica doida só de cheirar um copo de vodka. Pois bem nunca tinha tomado dois desse negócio e resolvi mandar ver. 
Algumas horas depois eu acordei babando no ombro do passageiro vizinho, que era a coisa mais linda do mundo. O problema é que eu tava de boca aberta, sim eu babei literalmente na camisa dele, e com uma bolachinha mordida na mão. Eu tomei um susto gigante e pedi mil desculpas pra ele. Peguei uns guardanapos do BOBs que eu tinha na bolsa e dei uma limpadinha na camisa dele. Eu não conseguia parar de querer me jogar do ônibus, mas eu me controlei. 
Feito a limpeza na camisa dele fui dar uma ajeitada na minha pessoa e pedi licença para ir ao banheiro. Chegando no banheiro tomei o segundo susto, a bolachinha que eu comi era aquela negresco e eu estava com coisa preta dos dentes até a testa! Mais um momento "me segura que vou me jogar" mas passou...
Quando voltei, mais alinhada, trocamos uma ideia e ele era super fofo e inteligente. Rimos um monte com a situação e eu acabei adiando a minha volta para casa. 
Hoje nós ainda nos falamos. Às vezes ele vem para cá, às vezes eu vou para lá.

Eu

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Em dias de se perder

Em dias de se perder o céu é azul, o sol radiante, a rua deserta, os pensamentos saudosos
e o coração aquele tumulto.
Em noites de labirinto o choro vem de mansinho, do vizinho ao lado, o grito da janela
indagando aquele que disse: “No princípio era o verbo”, e depois com a voz a replicar
os confusos pensamentos, vem dizer o ser primeiro, o ser primórdio, − Pai, onde estais
vós?
Em tempos de se perder os anos desmentem o rosto, o medo e a confusa transição.
Coloquei uma pedra no ponteiro do relógio, para me perder só pela conta da lua.
Em alma de se perder amarrei o espírito à pedra, ao teu nome e à ilusão.
Cresci sem a medida daqueles que vivem a vida no doce enlevo da realidade, se
esvaindo moribundos em dias tão soturnos.
Em coração de se perder as entranhas são enormes, o perigo é constante, os desejos
infinitos, os segredos um sepulcro.
Dei asas a tudo que se perdi, aos sonhos que como nuvens se transformam, se renovam
e se redescobrem.
Dei asas ao que se perdi porque o céu é eterno e sem intervalos, o chão a agonia dos
meus dias.

Flor de Luz

sábado, 27 de agosto de 2011

Jogo de perguntas e respostas



Era mais uma noite de sexta comum, que sempre pede uma saída com as amigas, todas estavam solteiras, então fomos ao nosso boteco favorito, que sempre tem música boa pra dançar, chopp gelado e gatinhos a serem vistos.
Então, um cara estilo meio exótico – bem o meu tipinho, por sinal- veio conversar comigo, e acabamos ficando aquela noite. Bom beijo, pegada mais ou menos e um ótimo papo. Minhas amigas deram a nota 7,5 de 10, uma boa média para mais uma noite de sexta comum.
Como só eu tinha faturado, pegamos uma carona com o meu gatinho da noite. Pontos pra ele! A nota subiu 0,5 pela cortesia. Quando chegamos a portaria do prédio, minhas amigas subiram e eu fiquei para dar um boa noite bem dado, clássico.
Ele encostou o carro um pouquinho mais pra frente – minha amiga depois me confessou que supervisionou a ação toda, para assegurar que voltaria bem hehe – e continuamos a ficar, chegado um momento ele me veio com alguns questionamentos, aos que eu respondi respectivamente:
·         Sim
·         Não
·         Respondi rindo
A primeira pergunta começou com uma explicação “Gostei muito de ficar com você, e queria te ver de novo, a gente pode se ver de novo e continuar ficando?”; a segunda, ele não seria homem se não tentasse, né? “A gente pode ir a um motel?” E por último “você quer namorar comigo?”. Óbvio que ri! Óbvio!
No dia seguinte compartilhei com minhas amigas, e elas riram, e riram muito, mas não foi dele, foi de mim! Riram dizendo “Amiga, quem cala consente!”. Como assim, como assim? Segundo consta, estava namorando...
Sábado a noite ele não me ligou, nem mesmo no domingo, porém, segunda-feira lá estava ele me ligando, querendo saber como tinha sido o meu fim de semana e tal, e passou toda a semana me ligando. Como assim, como assim? Achava mesmo que ele acreditou no namoro. Até no outro fim de semana ele me levou na casa de uns amigos, e tomamos café com a mãe do amigo...
Felizmente não! Ele não achava que estava me namorando. Ele só queria me comer mesmo! Mas não conseguiu, tadinho... Já que ele tava com todo esse melado pra cima de mim, me dei ao direito de vestir a personagem de namorada chata: “Onde você vai? Com quem? Que hora volta? A gente não vai se ver hoje?” Ele desistiu rapidinho, rapidinho da idéia de ser meu “namorado”.

L.A 

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Gustavo

Nós já estávamos juntos há 5 meses.Nos conhecemos na academia, eu não sabia dobrar o colchonete para fazer o exercício e ele me ensinou. Foi um mês tirando pesos pesados rsrs das maquinas de musculação para mim até ele me chamar para sair. Depois disso não nos largamos mais. Quando fez cinco meses percebemos que nós nos  curtíamos de verdade e resolvemos deixar o lance mais sério. Então levei ele para conhecer minha família. Meus pais e meu irmão adoraram ele, o que não é muito comum - com relação ao meu irmão- ele nunca foi com a cara dos meus namorados e com o Gustavo no outro fim de semana já estavam indo surfar juntos e falando de mulher.
Depois de algumas semanas ele me levou para conhecer a mãe dele, que é uma fofa! Fez uma janta maravilhosa para me receber, conheci os dois irmãos dele também que são muito legais. 
Como ele é filho de pais separados o pai do Guga foi mais difícil de conhecer. Já fazia uns 7 meses que nós estávamos juntos, dois namorando, quando eu fui conhecer  sogrão.
Eu estava hiper nervosa , mas não queria demostrar para o Guga. Comprei uma garrafa de vinho chileno com a ajuda dos meus amigos para não fazer feio. Chegando lá desço do carro, dou as mãos para o Guga, nós  entramos na casa e dou de cara com quem????
MEU GINECOLOGISTA.
O pai do Gustavo era meu ginecologista. Eu simplesmente quis me enfiar em qualquer buraco que pudesse encontrar por ali. Queria que me abduzissem naquele exato momento. E como de costume ele gostava muito de piadinhas - Quando eu falei que tinha perdido a minha virgindade para ele (na minha primeira consulta com  o futuro sogrão que eu nem imaginava que seria) , ele soltou uma - E agora, como a gente vai encontrar essa louca? .
E então ele logo que me vê diz: Essa ai eu já conheço intimamente (risadas dele, só dele, nesse momento), é minha paciente. 

Moral da história : Mudei de ginecologista , porque meu namorado fofo ainda é o mesmo depois de 6 anos.

Nicki

domingo, 21 de agosto de 2011

Pesquei!

Eu já tinha visto ele algumas vezes na Universidade, mas ele não percebia que eu estava olhando. Aquelas tatuagens e o sorriso dele eram F*&%!
Mas eu nunca encontrava ele nas festas , quando em uma bela noite de inicio de semestre (tranquila) eu sou convencida a ir em uma festa da Universidade. Chegando lá socializo um pouco com os mais chegados , dando uns goles na caipira e... de repetente eu perco o ar! Lá estava ELE.
Pensei " Essa é a minha chance" e passei na frente dele, massss... nada!
Insisti -Vamos lá, mais uma vez e.... NADA!Ele nem via eu passando.
Tomei mais umas caipiras e resolvi que daquela noite não passava, indo na direção dele falo:
- Oi ...( cara de surpresa) Nossaaa! Desculpa eu pensei que fosse um amigo meu! Confundi você com outra pessoa, desculpa mesmo -  e fui  saindo
Ele - Oii, não sou o seu amigo , mas se você quiser eu posso ser!
Eu então dei um sorrisinho meia boca e sai de perto! Pensei , pronto ele me enxergou!
Depois de alguns minutos ele vem na minha direção e solta:
- Oi! Ah desculpa confundi você com uma amiga!
E a gente riu, conversou e ficou! =)

Madame  ironia 



domingo, 14 de agosto de 2011

Abismos ...


Abismos ...

Entre mim e você há abismos irreparáveis;
Trago na memória uma vaga lembrança de teus contornos;
Na ausência percebo-te mais;
É preciso ausência.
Chamo a ausência dos meus pensamentos para te ver;
Só te percebo na ausência.
Todos os meus esforços e caminhos são para tua luz;
Atravesso avenidas, tropeço em paralelepípedos;
Agonizo sob o céu de cetim;
É preciso abismos.
Meus pensamentos correm sem que eu veja seu destino;
Distraio as dores e alegrias;
Giro a roda do Sansara;
Entrego-me no teu repouso.
Entre mim e você há abismos;
Eu pedra bruta;
Você cristal polido;
Eu aqui no mundo, recrio personagens;
Você ‘Eu lá de dentro’.

                                               Flor de Luz

sábado, 6 de agosto de 2011

H.

Eu o chamei como diversas vezes antes. Ele veio, fazendo transbordar em mim um tanto de amor incontável que ainda espera por ele. Enquanto espero brinco com a distração do que é passageiro, porque sei que o que vem dele é o eterno. Não o eterno de dois corpos juntos, mas a memória eterna do que realmente se amou. São quase dois anos sem sentir a pele e sentir o resto, como se fosse tudo o que coubesse dentro de mim.
Ele reclamou não entender, eu compartilhei com ele o que também a mim não é compreensível. Simplesmente sigo, diferente, com ele. Eu temo endeusar o que nele é tão humano e o que em mim é tão ingênuo adorando cada pedacinho dele, é simples assim e por assim ser que torna incompreensível.
É perturbador depois de sentir tanto e todo esse amor se tornar apenas não vivido. Apenas lembrança do que não aconteceu. Outros amores vieram e virão e um deles há de tornar-se para sempre e então ele, que para mim é o entendimento de tudo o que é sentimento, vai ficar na lembrança de um amor que nem mal deu oi já disse adeus.

C.

Maré


Só o mar me compreende. Ele não precisa me dizer. Eu sinto, é como amar. Vejo suas ondas inconstantes. Ele brilha quando meus olhos enchem d’água. Silencia comigo. Balança trazendo a tempestade. Escurece em dias que não tem razão de refletir a luz do sol, porque quando há morte, é mais cabível o dia ser cinzento, é menos doentio. Num dia de vento forte, de leva e traz, de bagunça, ele me acompanha. Ao final do dia tudo se acalma, ele espera a lua e as coisas se alinham tranquilamente. Mas, nesse dia sem sol, castanho, meus olhos estão fundos, a maré baixa, e as águas rolam e escondem minha solidão e do mar.
Mélam

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Morada dos segundos



Oh! tempos dos tempos que causaste em mim um certo abandono;
Quando me abandono e entro no tempo que é meu tempo mais íntimo;
Não divido o tempo;
Que me vem como uma Luz e cega os ponteiros;
Todos inteiros;
Os segundos são os meus prediletos;
Pisco os olhos e sinto sua tênue vida;
Quis morar em seu interior como quem em mergulho profundo ultrapassa as horas;
Abandono que me chega pela brisa;
Suave como um som de flauta que pede certa coragem de quem a escuta;
Coragem de abandono;
Fiz da morada dos segundos a clareza de uma vida;
Vi tão claro que acostumei à despedida;
Nos teus olhos um pulsar de sangue e de veias muito antigas;
Abandonei-me na paz de um laço eterno;
Abandonei-me naquilo que faz de mim o que verdadeiramente sou;
Tenho coragem de abandono;
Sinto um voo que cruza um azul que me corta a alma;
Abandono quase dói;
Fizeste ao tempo inimigo de teus dias;
Esqueceste da morada dos segundos;
Canto de flauta eterna;
Vi um índio a indagar-me com olhos perscrutadores;
Qual a cor da brisa que te trazes?
Fiz-me silente;
Perguntas tenho quando volto;
Respostas jamais ousei;
Ah! tempos dos tempos que jamais ousei falar;
Sela em mim o teu mistério;
Faz-me guardiã dos teus segredos;
Tenho júbilos e paixões pelos teus contos;
Vi nascer uma menina pura como a flor;
Contei-lhe todos os meus pesares;
Recebi um riso imaculado;
Cheiro de alecrim;
E um espelho muito limpo;
Tive horror ao ver a vida se esvair como mentiras;
A tempestade era muito minha;
Até que sentei-me às margens das injúrias dos que não entendem a vida;
Quantas voltas em torno de ti mesmo?
Cai em abandono que era o tempo ao avesso;
Selo sua entrada;
Guardo seus segredos.

                  
                                                                                       Flor de Luz

domingo, 24 de julho de 2011

Karaokê, o quê?

Todo mundo sabe que bar Karaokê é divertido não apenas porque, quando decidimos ir pra um lugar desses, estamos embriagados, mas porque ali podemos ser aquilo que nunca seremos algum dia. Um cantor de sucesso, um rock star, sex appel, um grande intérprete. Num bar karaokê nos transformamos não apenas em cantores, mas cantamos músicas que não ouvimos em casa, dançamos canções que os nossos pés nunca embalaram, e fazemos outras coisas que, em condições e lugares comuns, não faríamos, a princípio. Pois bem, há por certo algum tipo de mágica que envolve esses tipos de ambiente. Por essa razão, vou lhes contar uma história que se passou com uma amiga de uma amiga de uma amiga minha num desses bares karaokê, à beira mar, com cerveja mais ou menos barata.

A história é longa e o final é clichê, ok? Estou avisando desde já pra evitar frustrações, já que essa vida é cheia por demais de frustrações, não pretendo provocar mais uma. O que não é clichê nessa vida, eu lhes pergunto.

A primeira vez que a amiga de uma amiga de uma amiga minha tinha o visto, estava na tenra idade da infância, recém tinha feito 11; ele, nos anos dourados da faculdade, tinha por volta de 20. Os dois se conheceram porque ele era amigo da irmã mais velha dela, sete anos de diferença. Faziam o mesmo curso na faculdade.

- Essa é a minha irmã, a Belinha.

Depois de se cumprimentar de forma infantil, foi assim que ele a chamou, com esse apelido familiar, nos próximos encontros que ocorriam por acaso. Os anos se passaram e nunca mais se viram. Mas os Novos Baianos há anos nos alertam sobre a Lei Natural dos Encontros e, seguindo essa legislação, os dois se encontraram, dez anos depois, num bar da cidade pequena onde moravam. Percebi que cidade pequena tem a vantagem de juntar e reencontrar as pessoas, já que não possui muitas opções de entretenimento. Tinham um amigo em comum.

- Cara, tu deve conhecer ele. Disse que estudou com a tua irmã.

Ela lembrava. Os dois se cumprimentaram e soltaram o chavão “Quanto tempo!”.
Entre uma cerveja e outra, a conversa iniciou. Como ela já podia supor, tratava-se de um papo bastante interessante. Algumas vezes estranho, mas isso não se constituía num problema, conversas estranhas conseguem prender a fugaz e efêmera atenção bêbada dela. Encontraram-se várias vezes depois, por acaso, no mesmo bar. Todas as vezes que se viam, sentavam juntos pra conversar algum assunto aleatório. A amiga da minha amiga que é amiga dela disse que um dia a menina confessou que gostava muito de conversar com ele, e se sentia muito bem quando percebia que ia desfrutar da sua companhia. Ele trazia de uma maneira intrigante algumas novidades que ela sempre ansiava ouvir. Constrangida confessou, que no fundo, guardava secretamente um pequeno desejo contido de – talvez, quem sabe, algum dia, distante dia – saber como seria beijar os lábios que sempre via se mexer pra contar suas histórias e novidades. Até que chegou o Karaokê.

Já passava da meia-noite, numa segunda-feira qualquer, quando os dois e mais uns amigos, decidiram ir cantar num Karaokê, já bastante antigo na cidade, ali perto do tradicional  bar que freqüentavam quase todas as semanas. As várias cervejas berraram dentro deles: vamos lá! Fiquei sabendo pela minha amiga, que é amiga da amiga dessa menina, que foram todos pro Karaokê, e escolheram cantar uma música dos Beatles. Depois disso dançaram e cantaram músicas que nem lembram quais. Mas a menina lembra muito bem quando ele colocou a mão na cintura dela, e falou algumas coisas que ela também já não se lembra. Mas de uma coisa ela recorda.
Em algum momento da madrugada, ele pegou a sua pequena mão, e os dois atravessaram a rua principal em direção à praia. Como se estivessem fazendo algo errado – não que fosse errado, não sendo também correto – procuraram um lugar que não fossem vistos. Pois bem... o resto vocês já devem imaginar.

Por motivos que eu ainda não sei, eles ficaram se sentidos culpados e constrangidos quando acordaram no dia seguinte. Não conseguiram trocar uma palavra. De fato, a ressaca moral surgiu dentro deles. Parece que devido a um terceiro elemento, um amigo dele, que ficou com ela ficou por uns tempos, um mês antes do acontecido no karaokê... Parece que por causa da diferença de idade... Parece que por causa dos vários anos que se conheciam... De qualquer forma, os motivos reais, de fato, ainda não sei. Talvez nunca saiba.

Esses dias fiquei sabendo que a menina está procurando um saco sob medida, no qual possa enfiar sua cabeça, na próxima vez que for pro bar. Percebi que cidade pequena tem essa desvantagem, de juntar e reencontrar as pessoas, já que não possui muitas opções de entretenimento.

Escrito por “Embalos de Segunda-Feira à noite”.

sábado, 23 de julho de 2011

Núcleo



... Om ... e tudo se esvai como sangue que escorre de ferida aberta até se extinguir, e então se transforma, nada se perde tudo se transforma, e separações são sempre imaginárias, eu nunca me separo do todo. Os instantes desmancham as coisas como uma linha puxada do tricô, até que os próximos instantes com suas agulhas constroem blusa nova, os anos esvaem as gerações, células mortas dão lugar a células novas, e o corpo de Deus agoniza no hospital. Suas células estão doentes, Deus delira de febre na enfermaria, eu, pequena célula de seu corpo, busco a cura, se me curo, curo parte de seu corpo, mas preciso do meu núcleo, meu núcleo me conta coisas horríveis, meu núcleo pede que eu abrace minhas células irmãs podres, minha epiderme joga a culpa nas outras células por nosso repouso agonizante no leito, mas a cura é um mergulho no núcleo, núcleo que contém amor repugnante, e eis a cura, e eu que sempre me defendi, e eu que sempre quis o limpo e o certo, beijo e envolvo com os braços células horríveis, células em guerra, células cegas de seus núcleos, células que nem se quer percebem que pertencem a um mesmo corpo, meu núcleo me atraí como um íman, eu juro que eu não queria o amor, nunca me perdoei, eu que sempre impus minhas armas, munida de palavras que ferem até os dentes, minhas palavras são espinhos venenosos, e a culpa? A culpa é delas, grita a minha epiderme, a seca e as enchentes vem de Deus, sou isenta de culpa, Deus castiga porque é Pai, e assim eu encosto minha cabeça no travesseiro e durmo o sono dos justos, oh meu núcleo vazio, porque me chamaste? Teu vazio me embriaga, teu silêncio sufoca meus sons de ira, o que posso contra ti, já não posso contra mim, ainda sei fugir de ti, se ainda não caí em ti, é porque me dependurei em um galho da epiderme, olho para baixo, pr’o teu abismo, minhas mãos suam, elas, escorregadias, implorantes, por medo de cair em profundidade. O ar lá de longe é da cor do céu, e no meu núcleo nenhuma resposta, nenhuma palavra, nenhum pensamento. Dependurada no galho vejo a cara do amor, que do abismo me olha, mudo silencioso. Olhos que me desafiam para um salto, eu digo não ao mesmo tempo que escorrego e não quero resistir, eu quero Deus de pé, fora do leito. Eu queria um médico, passaria para ele a responsabilidade de curar o enfermo, eu? Eu rezaria para nosso Senhor Jesus Cristinho, que afinal de contas nasceu para salvar a humanidade, e você por favor não me amole porque não quero ser crucificada, o senhor por favor me entenda, se esse abismo não fosse um nada, é que do tudo como você sabe, quase tudo tem um nome e me sinto mais segura, esse nada que me arrasta, indefinível, sem nome sem explicação, meu núcleo é um profundo, fundo não vejo não, por culpa dele estou perdendo os fatos da minha vida, estou me perdendo, estou me achando, estou rindo como uma tola que nada sabe, células gritam, células correm, células espertas, se fossem bobas cairiam no abismo, e o mundo? O mundo é dos espertos que ainda não despertaram, células que poliram suas epidermes que reluzem brilhantes, desfilam cansadas, risonhas e vão se esvaindo sem nunca perceberem seus núcleos, os que caem no abismo? Mistério para mim! Os que caem no abismo são os “loucos”, se entregam para o nada, vivem por aí, loucos, bobos, choram lágrimas de sangue e dizem que nada sentem, recebem farpas, garrafas de vidro quebradas e dizem que foram abençoados. Eu sou minha única salvação. Eu queria você! Quando eu tinha você minha vida era risos, era lágrimas, eu corria com você no fio da vida sem saber que me esvaia, sem saber que me transformava, eu não sabia, eu respirava desapercebida do ar, eu vivia fatos sem saber que tricotava meu destino, o nosso destino, perdi você, eu me perdi, ganhei a nós como matéria no espaço, não te quero mais porque me perdi, não posso mais ser só eu, agora eu tenho tu, ele, nós, vós, eles colados em mim, não sei como que não posso mais rir e chorar como antes, eram os meus passos, era a minha voz que eu seguia naquele túnel, eu não me via e corria para mim com necessidade do meu abraço, necessito do meu repouso em mim, ganhei um mundo que não explico, eram as formigas que trabalhavam incansáveis, eram as moscas tontas no ar, as plantas existindo o tempo todo só para a minha respiração perfeita, os passarinhos sem nunca desistirem de mim, cantavam a liberdade em seus voos perfeitos, mensageiros, anunciavam o meu núcleo. Eu me encarnei na vida, como espírito que encarna em corpo novo, recém nascida, sem andar, sem falar, eu era a vida existindo na vida, a vida pura, a vida no seu núcleo. Se minhas mãos teimam em se agarrar em galhos, um dia, um dia o galho quebra e a queda é inevitável, então deixarei minhas mãos livres e soltas no ar, no ar eu vivo.


                                                                                                 Flor de Luz    

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Extra físico

Nos olhávamos em outro plano, eu conhecia o teu ser ‘não-fisico’ e você se dissolvia em mim. Meu sentimento era branco, faltando o vermelho, jamais seria cor-de-rosa. Foi aquele tempo em que as vidas se acrescentavam e com entendimento se separaram. Experiências concluídas e agora tenho em mim o teu ser impregnado, pois o laço se fez em fios de nada e o nada o tempo não corrói, nada em mim, nada em ti, nada em tudo. Um dia cruzo o teu caminho, peço desculpas pela brancura dos meus sentimentos, por aquele mundo que ao te estender a mão não sabias tu que se perderia na noite do meu ser, meu estranho mundo, meu profundo mundo. Nos olhávamos em outro plano e foi o início de uma jornada.



                                                                              Flor de Luz

quinta-feira, 14 de julho de 2011

O moreno magrinho e safado

Eu o conheci em um outono de Florianópolis. Era aniversário de uma amiga que estava de olho nele, tudo indicava que eles iriam ficar naquela noite. Lembro que o amor da minha vida, até então, também estaria na festa e então me armei como se estivesse indo para uma guerra! O ritual iniciou às cinco da tarde e a festa era só as dez. Afinal de contas o “amor da minha vida” não era qualquer coisa e ele era um tanto difícil de agradar. Coloquei minha melhor roupa e caprichei no decote (superficial? Não! A gente pesca assim! Os homens se apaixonam pelo o que vêem e só depois de pescado é que você pode mostrar que não é apenas uma aparente sereia, tem muita “cuca no lance” e então ele só foge se for um peixe palhaço). Mas voltamos a história. Como eu fui com a aniversariante cheguei primeiro que todo mundo (o todo mundo a que me refiro era o tal amor da minha vida). O amor da minha vida (ex amor, eu coloco?) como sempre, quebrando meu coração em pedacinhos foi o ultimo a chegar. Até lá bebi cinco caipirinhas de morango e comecei a desconfiar que tinha um moreno magrinho na mesa me dando aquelas famosas olhadinhas, mas pêra ai! Esse moreno magrinho não é o carinha que minha amiga, a aniversariante, queria pegar? Iii ferrou- eu pensei! Parei com a caipira, comecei a tomar água, nada de fazer merda menina – era eu brigando comigo mesmo! – Mas ele insistia e eu já não sabia mais como disfarçar foi quando chega o amor da minha vida, uma entrada triunfal, tipo propaganda do desodorante antigo AVANÇO que só eu avançava, pois ele não era assim um príncipe da beleza, mas era o amor da minha vida.
Assim para não parecer desesperada fiz que não vi e puxei um papo nada a ver com uma menina que estava sentada do meu lado. Passado alguns minutos me fiz de descolada e levantei para ir cumprimentar ele. Qual foi a primeira coisa que ele olhou? O meu decote! Qual foi a primeira palavra que saiu da sua boca? “humm que bonita que você está! Que “blusa” bonita!” Pronto, pescado! Mas como não podia deixar na cara que eu queria ficar ali do lado dele durante a noite (ou seria vida?) inteira dei um sorrisinho de meia boca, querendo ser sensual, e fui ao banheiro. Quando olho para o lado, quem quem quem? Você! Você! Você? Não! Ele! O moreno magrinho. Veio com uns papos estranhos e tal, eu já deveria ter sacado naquele momento que boa coisa ele não era, mas dei corda. Acabou que eu escapei pela tangente e voltei a mesa como se nada tivesse acontecido. Depois do banheiro ele volta e senta do meu lado, papo vai e papo vem, eu para tentar escapar digo que tenho que ir ao banheiro novamente, no caminho o “amor da minha vida” me aborda e me oferece uma carona! Eu não aceitei, agora o porquê disso eu não vou contar aqui que seria outra história. Bom o moreno magrinho “chegou” em mim e por causa da minha amiga aniversariante que estava aos prantos eu disse não. Eu deveria ter continuado nesse não o resto da vida, porém duas semanas depois, depois também de ter conversado com minha amiga aniversariante, eu cedi e fiquei com o moreno magrinho. Ficamos juntos por um bom tempo, eu acho até que me apaixonei por ele, mas hoje eu vejo que o melhor presente que eu dei a minha amiga aniversariante naquela noite foi ter livrado ela dessa! O moreno magrinho se tornou um sapo feio e safado! =)


Mas o amor da minha vida... Continuou sendo o amor da minha vida ainda por muito tempo...
Olívia Palito