quarta-feira, 6 de julho de 2011

Pensamentozinho recorrente

Era uma tarde de outono e me sentei embaixo de uma árvore. Inesperadamente, um passarinho pousou em meu ombro. Fiquei com medo de me movimentar e espantá-lo, mas ele parecia mais confortável do que eu. Mesmo assim não tive coragem de estender a mão. Talvez ele voasse pra longe, talvez nem se importasse. E nessa dúvida do passarinho me deixar ou não, tudo o que fiz foi pensar que eu não poderia ser egoísta e esperar que ele não voasse mais. Mas que não seria errado eu simplesmente desejar que ele quisesse ficar no meu ombro por ele mesmo.

Fernanda Cereser F.




Eu escrevi isso em novembro do ano passado. O medo que eu tinha de que certa pessoa desaparecesse com um piscar de olhos vivia me atormentando. Mas o tempo passou. Rápido. Me surpreendendo. O passarinho não se foi. O medo ainda aparece de vez em quando. Mas eu continuo aqui, sentadinha, sentindo o vento passar. E continuo desejando que esse passarinho queira ficar aqui, comigo, pelo tempo que ainda há de vir. 

Um comentário:

E seu dedo podre, o que tem a dizer?