sexta-feira, 8 de julho de 2011

émEspaços ...

Milhares de pessoas no mundo, seguidas de seus dramas existenciais, vivem a felicidade de ter a infelicidade de uma vida incompleta.
Seguro o vazio nas mãos, certa de que possuo imenso espaço de desejos não realizados.
Algo me falta e seca-me a boca.
Tenho sede de todas as coisas que ingenuamente digo que me faltam.
Alguns vestem-se de solitários e outros esbravejam o peso das amarras que teceram a outros.
Todos nós felizes e seguros pela falta de plenitude que nos garantem: assuntos, buscas e lamentos.
Os cinemas, as novelas, os romances, as igrejas e santos de gesso mentem, pois nada enche o nosso jarro.
Desfiz-me em desejos, compromissos e horas do dia, enlevada pelo tricô desfeito da minha identidade, da imagem no espelho e de todo o futuro que me cobra acertos.
Um vazio de história invadiu o meu vazio, até sentir em meus lábios um sorriso idiota de quem não espera e mesmo assim não sai do lugar, inundada pelo que não explico e contemplo.
Volto para as milhares de pessoas, para meus desejos e ignorâncias de felicidades.


                                                                                    Flor de Luz

2 comentários:

E seu dedo podre, o que tem a dizer?